CULTURA

Para tocar e para assistir

Publicado em 13 de novembro de 2013
Traça, trabalho de Chico Machado, de 2012

Foto: Chico Machado

Traça, trabalho de Chico Machado, de 2012

Foto: Chico Machado

A Galeria Ecarta abrirá a programação de 2014 em março com o seu primeiro projeto de arte-educação. Patrocinado pelo Pró-Cultura RS – Fundo de Apoio à Cultura, da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, Para tocar e para assistir – Aparelhos sonoros, de Chico Machado, contempla exposição, mediação e material educativo, que propõe a preparação de um objeto sonoro a partir de materiais e técnicas acessíveis. A exposição discute a chamada “arte sonora”, segmento que cada vez ganha mais espaço no campo da arte contemporânea, e traz uma proposta de interação convidando o público a participar da experiência artística de forma ativa.

A ação educativa será coordenada por Cláudia Hamerski, bacharel e mestranda em Artes Visuais pela Ufrgs. Os mediadores receberão formação, junto à coordenação e ao artista, para receberem tanto escolas quanto o público em geral e proporem diálogos a partir da exposição. Também será realizado um encontro de formação com professores no início da exposição no entendimento de que muitos dos desdobramentos da visita de alunos a uma exposição ocorrem fora do espaço expositivo. Serão oferecidos subsídios aos professores (de todas as áreas) para que possam trabalhar em sala de aula a exposição como um disparador de outras questões.

O projeto se estenderá também para o mundo virtual, com espaço próprio onde serão disponibilizados links com conteúdos sonoros extraídos das obras, bem como o próprio material educativo. “A experiência da exibição na galeria será acrescida pelas experiências disponibilizadas através das mídias eletrônicas”, explica Leo Felipe, coordenador da Galeria e curador da mostra. Ao final da exposição haverá o lançamento de um catálogo com registros da mesma.

“Ao expandir a experiência da exposição para além da Galeria, através do projeto educativo e de ações nas redes sociais, o projeto propõe a ideia de que a arte possa estar mais atrelada a uma ação e a uma experiência do que apenas aos objetos”, explica Leo. “Assim, propõe-se que o próprio processo de criação e produção do objeto seja compreendido como uma atividade de arte”.

O Artista
Desde a década de 1990, desenvolve trabalhos que exploram a sonoridade, a visualidade, o movimento e os modos de apresentar e de colocar esses dispositivos em relação ao público. Com pesquisa de doutorado na área, é um dos pioneiros destas investigações em “arte sonora” no estado. A excelência de sua pesquisa foi reconhecida, em 2011, com o V Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, na categoria escultura, por uma exposição realizada no Museu do Trabalho. Além da trajetória artística, que remonta ao fim da década de 1980, Machado também atua como professor no curso de artes da UFPel, experiência que será fundamental no desenvolvimento das ações educativas.

Patrocínio
Para tocar e para assistir – Aparelhos sonoros, de Chico Machado, será o primeiro projeto da Fundação Ecarta com patrocínio público integral. Criada em 2005, a Ecarta teve vários projetos aprovados nas leis de incentivo (estadual e federal), que ficaram emperrados na fase de captação. Ao longo de seus oito anos de funcionamento, a Galeria Ecarta já apresentou 58 exposições, uma média de sete mostras por ano (sendo duas selecionadas por edital). O espaço conta também com circuitos de debates e oficinas. “A inauguração do patrocínio público evidencia o reconhecimento da seriedade do nosso projeto”, avalia Marcos Fuhr, presidente da Fundação.

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