CULTURA

Sedac muda direção do Museu de Comunicação após denúncia de historiadores ao Ministério Público

O secretário de Estado da Cultura determinou o afastamento temporário do diretor do Museu de Comunicação Social enquanto aguarda parecer da PGE sobre incompatibilidade com o cargo
Cleber Dioni Tentardini / Publicado em 17 de junho de 2016
Museu de Comunicação Social, no centro de Porto Alegre

Foto: Igor Sperotto

Museu de Comunicação Social, no centro de Porto Alegre

Foto: Igor Sperotto

O secretário de Estado da Cultura, Victor Hugo, determinou no início da noite de ontem o afastamento temporário do jornalista e arquivista Yuri Victorino da Silva da direção do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, até ter um retorno da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) sobre uma possível incompatibilidade com a atividade de colecionador de Yuri.  A nova diretora do museu deve ser Graziela Maier Alexandretti, assessoria administrativa do Sistema Estadual de Museus (SEM/RS).

Na quinta-feira, 16 de junho, o Jornal Extra Classe publicou a matéria “Gestão do Museu de Comunicação sob suspeita”, em que divulgou uma série de irregularidades que estariam ocorrendo no Museu Hipólito, apontada por historiadores e denunciada ao Ministério Público. Entre elas, haveria um conflito de interesses em sua função de diretor do Museu e responsável por uma empresa que comercializa peças culturais. Na sexta-feira, 17,  Yuri divulgou um longo texto em uma rede social comentando sua saída e lamentando as informações incorretas divulgadas na imprensa e pelas redes sociais.

Diz que ao assumir a instituição em maio de 2015 se deparou com situação ruim, com vazamentos no porão e no telhado do prédio, acúmulo de lixo e infestação de bichos. “Não havia como atender de maneira responsável, não se tinha pessoal para atender, chovia sobre as pessoas e acervos. Então restringi o acesso às áreas em risco”, diz o arquivista, que é numismata colecionador há mais de 30 anos.

Sobre o Centro de Memória e Informação Pessoal de Yuri Victorino, ele diz que é o local em que guarda suas memórias, trabalhos técnicos e coleções. “Não é uma empresa. Não comercializo. Não sou empresário ou comerciante. Sou colecionador. E como colecionador, compro, recebo doação ou troco peças para as coleções. Neste sentido, disponibilizei uma Sala de Negócios, onde ficam disponibilizadas algumas peças excedentes para troca. Resultado da substituição de outras peças pré-existentes. Ou seja, é o resultado da troca de peças antigas das coleções. Para possibilitar a troca, dispus imagens relativas com a descrição, balizado o interessado nas condições que acho interessante trocá-las. É uma sala de troca-troca. Não há valores. Não há compra e venda. Não caracteriza comércio, pois não visa lucro”, completa. [Nota do editor: a íntegra na nota pública do ex-diretor do Musecom pode ser acessada aqui.]

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