CULTURA

De passarelas e salas de aula

Publicado em 12 de junho de 2017

Foto: Studio Anderson Hutzig

Foto: Studio Anderson Hutzig

A história de Raquel Duzsinski Borghetti como professora universitária é recente, porém, intensa. Recente porque começou a lecionar em 2012, após retornar de um intercâmbio na Espanha e ocupar uma vaga temporária na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), campus Cerro Largo. Intensa, porque ouvir Raquel falar de seu sentimento pela profissão é empolgante. “Lecionar é minha paixão, é o que me realiza. Vejo o ensino como um aprender mútuo. Eu, contribuindo para o crescimento do meu semelhante. Há noites em que eu saio da aula e penso: foi a melhor da minha vida, foi a melhor aula, estou fazendo o que eu gosto”, resume a professora de Marketing, que tem pós-graduação em Administração pela URI Santo Ângelo e é mestre nessa área pela Unijuí.

Até chegar à sala de aula, no entanto, Raquel aproveitou todas as oportunidades que a vida lhe deu, como gosta de dizer. Lecionar, inclusive, foi uma indicação da banca de mestrado. Mas ela também é diretora administrativa da Fundição AJ Borghetti, a empresa do marido, Marco, na qual trabalha desde que iniciou o curso superior, tendo passado por todos os processos da administração.

Junto aos títulos profissionais e acadêmicos, somam-se distinções em concursos de beleza conquistadas desde a adolescência, na cidade de Guarani das Missões, onde nasceu. Raquel já representou o município como Miss Rio Grande do Sul e foi Rainha da III Polfest, única festa tipicamente polonesa da América Latina. Depois do casamento e do nascimento dos filhos, sua participação em concursos de beleza ficou mais restrita ao papel de jurada, mas, em 2012, os concursos bateram à sua porta novamente. “Um amigo que prepara misses me ligou dizendo que o Brasil precisava de representante para um evento internacional, no Peru, e que achava que eu tinha perfil e chance. Aceitei o desafio, fui como Miss Senhorita Brasil e voltei como Senhorita Continentes Del Mundo, com o título de mulher casada mais bonita dos continentes”, recorda. O concurso realizado na cidade histórica de Arequipa, no Peru, é exclusivo para mulheres casadas, diferente da maioria das competições do gênero, restritas a candidatas solteiras e sem filhos.

A professora também participa das festas típicas da sua região. Começou ministrando treinamento para candidatas das cortes dos eventos, com dicas de etiqueta social e marketing pessoal para as candidatas a soberanas. “No início cobrava pelo trabalho, mas agora faço por amor, se me chamam e eu posso, vou”, explica. Sua experiência nas passarelas e com as cortes também é levada para a Oktoberfest de Cerro Largo, festa típica e tradicional na cidade, em que ela atua como vice-presidente e ajuda a organizar.

Para o futuro, Raquel planeja reservar mais tempo para a docência. Pretende concretizar o doutorado em Administração, plano que já está encaminhado para iniciar em breve. “Meu momento atual é universidade e estudos, mas também quero muito ter o meu próprio negócio para aplicar o que ensino em algo que seja meu. Não sei ainda o que será, mas vou estudar o mercado e ver as necessidades”, planeja.

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