CULTURA

Os dias que abalaram o Brasil

Por César Fraga / Publicado em 20 de agosto de 2018

Os dias que abalaram o Brasil

Foto: Bruna Almeida/Divulgação

Foto: Bruna Almeida/Divulgação

Completam-se cinco anos dos protestos de 2013, que iniciaram em Porto Alegre e depois se alastraram pelo país com forte adesão em São Paulo. O mote inicial eram os 20 centavos de reajuste nas tarifas que tornou célebre o slogan “não é só pelos 20 centavos”. Para uns foi o início das manifestações de rua que culminaram na queda de Dilma Rousseff, em 2016, para outros, um movimento que tinha objetivos políticos legítimos, mas que pela horizontalidade das manifestações e passeatas acabaram aparelhadas por grupos de direita e turbinadas pela imprensa, principalmente a Rede Globo. Outro efeito colateral teria sido a ascensão política do Movimento Brasil Livre (MBL), que até então não era incipiente.

O livro-reportagem Nada será como antes – 2013, o ano que não acabou, na cidade onde tudo começou, do jornalista Alexandre Haubrich, recém-lançado pela editora Libretos não tenta fechar questão nem disputar verdades interpretativas sobre os fatos, mas justamente trazer uma grande reportagem que esmiúça os fatos para oferecer alguma luz para a disputa de narrativas que envolve os acontecimentos daquele longínquo 2013 e oferecer elementos para o entendimento dos dias que abalaram Porto Alegre e, mais tarde, o Brasil.

CONTEXTO – A obra parte do reconhecimento de que a narrativa sobre as cha­madas Jornadas de Junho de 2013 está em disputa. A partir de um protesto contra o aumento de 20 centavos nas tari­­fas de ônibus em Porto Alegre, um crescen­te movimento de rua ga­nhou corpo e se espalhou pelo país, reunindo amplos segmen­tos da sociedade. Ao trazer de volta os eventos de 2013 em uma reportagem, o autor apresen­ta as reflexões de suas princi­pais lideranças sobre o significado das Jornadas de Junho.

Foto: Bruna Almeida/Divulgaçâo

Alexandre Haubrich

Foto: Bruna Almeida/Divulgaçâo

Alexandre Haubrich cobriu para o site Jornalismo B, onde é editor, desde o início dos protestos até a ocupação da Câmara de Vereadores. Fre­quentou bastidores, assistiu a reuniões, acompanhou a difícil busca de unidade entre os diversos grupos. Testemunhou dramas e dilemas das lideranças, e o caráter descontrolado que ele adquiriu em alguns momentos.

AUTOR – Alexandre Haubrich é graduado em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e em Ciências Sociais pela mesma instituição. Mestre em Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e doutorando em Comunicação e Informação na Ufrgs. Editor do site e jornal alternativo Jornalismo B, já colaborou com diversas mídias alternativas do país.

Comentários