CULTURA

Protagonismo feminino na Revolução Farroupilha é tema de documentário

Produção gaúcha analisa papel de mulheres como Anita Garibaldi, atuação da imprensa e influência dos estrangeiros na maior revolta do período monárquico
Da Redação / Publicado em 8 de setembro de 2021

Imagem: Reprodução

O cerco a Porto Alegre, aquarela de Jean-Baptiste Debret

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O papel da imprensa na preparação do ambiente de guerra, a atuação efetiva das mulheres e a presença de estrangeiros na Revolução Farroupilha são analisados no documentário para cinema e tevê O cerco, uma guerra contra o Império, produção independente do outubro filmes, com roteiro e direção do jornalista Luiz Fonseca – disponível na plataforma Youtube com legendas em espanhol, inglês, francês e alemão.

“A guerra para nós mulheres foi um desafio tão grande que forjou os princípios do feminismo”, explica a professora e historiadora Hilda Flores, autora de Mulheres Farroupilhas (2008), Mulheres na Guerra do Paraguai (2010) e Mulheres na Guerra dos Farrapos (2013).

Foto: Outubro Filmes/ Divulgação

Milton Cougo, Antonio Boero e Luiz Fonseca no set do documentário

Foto: Outubro Filmes/ Divulgação

Ana Maria de Jesus Ribeiro, a Anita, “companheira de vida e de armas de Giuseppe Garibaldi”, é a figura mais lembrada entre as mulheres que foram obrigadas a redefinir seus papeis em virtude da guerra, mas o filme lembra que há outras guerreiras nessa história, a exemplo de Maria Josefa Fontoura.

Produção

A trilha do documentário seleciona trechos da ópera “Farrapos” do maestro Roberto Eggers e conta com o tema original “El Cerco”, do compositor Leonardo Ribeiro, do grupo “El Trio” (Claudio Sanders e Giovani Berti) mais a participação especial do pianista Luiz Mauro Filho. Os desenhos são de Fernando Uberti e as imagens de Milton Cougo. O filme dura 34 minutos e 18 segundos, foi montado de forma remota durante a pandemia e recebeu o Certificado de Produto Brasileiro (CPB) conferido pela Agência Nacional de Cinema (Ancine).

A produção faz o recorte do cerco à cidade de Porto Alegre, um dos episódios mais dramáticos da Revolução Farroupilha (1835-1845), para analisar a maior revolta do período monárquico no Brasil. “Uma revolução tão longa quanto a guerra de Troia”, define a escritora Letícia Wierchowski. A autora de A casa das sete mulheres destaca que as mulheres sempre foram desafiadas a assumir um protagonismo diante das guerras em que o Rio Grande do Sul esteve envolvido de forma sistemática por sua posição de fronteira. Para o jornalista Elmar Bones, trata-se de “uma guerra civil que ainda hoje é tema de controvérsia”.

São 11 pessoas entrevistadas para o documentário, entre historiadores, escritores e especialistas. Além de Letícia e Elmar, deram o seu depoimento sobre o assunto Sérgio da Costa Franco, Moacyr Flores, Vitor Ortiz, Telmo Fortes, Hilda Flores, Cláudio Moreira Bento, Antonio Boero (Uruguai), Alex Sandro da Silva, Giovanni Mesquita do Estreito, Alex Sandro da Silva e Euclides Torres.

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