CULTURA

Galeria Ecarta inaugura duas exposições de arte neste sábado, 10

Mostras dos artistas Xadalu Tupã Jekupê e Pedro EMCB poderão ser visitadas a partir deste domingo, 11, com entrada franca.
Da Redação / Publicado em 9 de setembro de 2022
Galeria Ecarta inaugura duas exposições de arte neste sábado, 10

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A preservação da natureza, o território como espaço de existência e a visibilidade dos povos indígenas são temáticas presentes nas obras de arte de Xadalu

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A Galeria Ecarta inaugura duas exposições de arte neste sábado, 10, às 19 horas: Yvy Nhande Mba’e – A terra é nossa, do artista Guarani Mbyá Xadalu Tupã Jekupê, no térreo da Fundação Ecarta, em Porto Alegre (Avenida João Pessoa, 943, bairro Farroupilha), e a mostra Pinturas para um mundo desconhecido, de Pedro EMCB, no projeto Potência, no segundo andar.

As mostras estarão em cartaz até 23 de outubro, com visitação de terças a domingos, das 10h às 18h, inclusive feriados, com entrada franca.

As exposições integram o Portas para a Arte, projeto da Bienal 13, que insere a criação de circuitos de visitação nos espaços culturais da capital gaúcha

Arte e visibilidade indígena

A seleção de trabalhos de Xadalu tem a curadoria da antropóloga indígena Sandra Benites e reúne obras em pintura, gravura, fotografia, vídeo e instalações recentes que simbolizam a produção da arte contemporânea indígena no Rio Grande do Sul.

A preservação da natureza, o território como espaço de existência e a visibilidade dos povos indígenas são temáticas presentes nas obras do artista, já reconhecido pela arte urbana e atualmente em exposição no Museu de Arte de São Paulo (Masp) e no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).

Elemento central na pesquisa de Xadalu, a terra é a força vital que recorda a origem Guarani e por meio dela dissemina sua narrativa poética. “A terra é forte, tem forma, calor, abundância divina para todos, mas a disputa por ela mata indígenas constantemente no Brasil”, pontua o artista. “Meu papel é lutar pelo território ancestral, do qual também faço parte”.

Xadalu diz que na cidade há um distanciamento entre o ser humano e a terra. Porém, na visão do artista não há essa separação. “A terra é o útero do nosso planeta”, explica. “A exposição vai muito por essa linha. É preciso que a gente conte essas histórias e lute pelos nossos ideais antes que se apague. Eu vivo aquilo que me pertence, a comunidade”, registra.

“Quando Xadalu se manifesta sempre traz essa ideia de ocupar e questionar a própria invisibilidade do povo Guarani. Uma forma de enfrentar essa realidade é através de exposições e obras de arte para a sociedade entender um pouco da nossa forma de existir e pensar”, afirma a curadora que é da etnia Guarani Nhandeva, do Mato Grosso do Sul.

No período da mostra, o prédio da Fundação Ecarta estará identificado como ‘Área Indígena’, uma das marcas do artista.

A exposição de Xadalu inaugura essa parceria promovendo a disseminação e visibilidade da arte indígena. “Porto Alegre tem diversas comunidades indígenas ao redor e essas comunidades dependem da cidade. É um processo de pendulação onde se vem da aldeia para cidade e depois se volta da cidade para a aldeia. Dentro desse percurso existe diversos tensionamentos sociais culturais pois a cidade não está preparada para receber a aldeia”, adverte.

Xadalu também apresenta o filme Jardim Guarani, gravado na Rua dos Andradas, no Centro Histórico de Porto Alegre, antigo território indígena.

Design e artes visuais

A produção de Pedro EMCB mescla a área do design e das artes visuais através de colagens, pinturas e instalações.

O artista usa estampas antigas, capas de livros, páginas de revistas e placas de MDF para formar uma coleção de centenas de imagens, pintando sobre esses suportes que cobrem as paredes como se fosse uma arena, essa multidão de semblantes desconhecidos a contemplar, no centro da galeria, um colchão em que retratou um morador de rua.

O artista vive e trabalha em Farroupilha, onde transita entre o atelier e as ruas, em busca de uma nova forma híbrida de expansão cultural com suas técnicas. Com curadoria de André Venzon, a mostra é a terceira do projeto Potência, novo espaço da Galeria Ecarta voltado a ampliar a divulgação da arte contemporânea produzida por jovens artistas no Rio Grande do Sul.

SERVIÇO
O QUÊ: Yvy Nhande Mba’e – A terra é nossa – Exposição de Xadalu Tupã Jekupê
e Pinturas para um mundo desconhecido, de Pedro EMCB
Abertura: 10 de setembro, 19 horas
Visitação: Até 23 de outubro, de terças a domingos, das 10h às 18h, inclusive feriados. Entrada franca
Local: Fundação Ecarta (Avenida João Pessoa, 943 – Porto Alegre)

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