CULTURA

‘O fantástico circo-teatro de um homem só’ tem curta temporada na capital

Ator Heinz Limaverde recria o mágico, o bufão, o palhaço, a mulher-barbada, a vedete e o vagabundo em espetáculo que assinala os 20 anos da Cia. Rústica, de quinta a domingo, na Zona Cultural
Da Redação / Publicado em 12 de março de 2024
'O fantástico circo-teatro de um homem só' tem curta temporada na capital

Foto: Fernanda Chemale/ Divulgação

Limaverde interpreta figuras do circo na montagem que fica de sexta domingo em Porto Alegre e comemora os 20 anos da Cia. Rústica

Foto: Fernanda Chemale/ Divulgação

O Fantástico Circo-Teatro de um Homem Só, espetáculo de teatro criado em 2011 pela Cia. Rústica e que tem como protagonista o ator Heinz Limaverde, está em cartaz na Zona Cultural (Av. Alberto Bins, 900, Centro Histórico), em Porto Alegre, de 15 a 17 de março às 20h.

A temporada assinala os 20 anos do grupo teatral. A montagem que transporta o espectador para o mundo do circo já foi vista em diversos estados brasileiros, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina. Em 2011, a produção conquistou os troféus Açorianos de melhor direção para Patrícia Fagundes e melhor figurino para Daniel Lion.

Elementos clássicos do circo, o humor e a poesia são as principais marcas do espetáculo. Em cena, Heinz canta ao vivo – com trilha sonora e preparação vocal de Simone Rasslan – e as coreografias são assinadas por Cibele Sastre. A montagem também traz referências a personagens reais, como o próprio ator, o palhaço Carequinha, a atriz de teatro de revista gaúcha Eloína Ferraz e a “mulher barbada” mexicana Júlia Pastrana, que viveu no México no século 19.

“Esse espetáculo já foi apresentado em teatros para 700 espectadores, como no Amapá. Mas a Zona Cultural é ideal para a peça, que começou a ser encenada em espaços pequenos. É trazer o público para perto, para dentro da cena. Brincar com o teatro, com os amigos. É como se estivéssemos em casa, um lugar bem aconchegante”, explica o ator Heinz Limaverde.

O mágico, a mulher-barbada, o palhaço, a vedete, o bufão e o vagabundo: todos os personagens do imaginário circense ganham vida na pele de um único ator. As referências foram garimpadas nas tradições das velhas lonas de interior, combinadas a importantes questões da arte contemporânea como a cena em primeira pessoa e a memória como matéria de criação. Os pequenos circos brasileiros são espaços de encontro onde o real e o sonho dançam no picadeiro, o medo e o fantástico se alteram em movimento de ruptura efêmera do cotidiano.

“Nestes 13 anos de trajetória da peça, fomos inclusive mudando fragmentos de cena porque o tempo se transforma e o teatro tem que se transformar junto com o tempo. A gente se transforma e é muito importante que a cena acompanhe o movimento, que converse com o mundo agora. Penso que a montagem se coloca num lugar de trânsito fundamental entre memória, presente e desejos do futuro. É uma peça que celebra a memória. Memória das pessoas, da arte, do país. Memória como possibilidade de construção de futuros aqui e agora”, comenta a diretora Patrícia Fagundes.

Radicado em Porto Alegre há três décadas, Limaverde começou sua trajetória a partir do fascínio despertado pelas trupes circenses que visitavam sua cidade natal – Crato, no Ceará. De shows de drag queen a Shakespeare, da rua à sala, o intérprete tornou-se um dos nomes de maior destaque da cena gaúcha.

O ator já recebeu diversos prêmios do teatro, como dois troféus Açorianos (O Gordo e o Magro vão para o Céu, 2008, e O Pagador de Promessas, 2000), dois Braskem (A Megera Domada, 2008, e Sonho de um Noite de Verão, 2006) e um Tibicuera (O Hipnotizador de Jacarés, 2006).

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