ECONOMIA

RS é o único estado que não divulgou reajuste para os servidores

Economia gaúcha atingiu quarto lugar em arrecadação de tributos estaduais e cresceu mais que o dobro do PIB nacional em 2021, mas segue impondo perdas salariais de 55,07% às carreiras públicas
Da Redação / Publicado em 29 de março de 2022

Foto: Bruna Karpinski/ Sintergs

Em ofício ao assessor da Casa Civil, servidores cobram aprovação do projeto de reestruturação das carreiras entregue ao governo

Foto: Bruna Karpinski/ Sintergs

O Rio Grande do Sul é o único estado que ainda não divulgou o percentual de reajuste para os servidores públicos, aponta levantamento elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Até o momento, somente os professores foram contemplados com reajuste médio de 22% para ativos e 3,5% para inativos. Todos os outros estados já anunciaram reajustes que variam de 3% (Paraná) a 37% (Santa Catarina).

“Este cenário demonstra o total descaso do governo Eduardo Leite com os servidores públicos, que amargam quase oito anos sem reposição e mais de 55% do poder de compra corroído. Mais uma vez, o Rio Grande do Sul mostra a face de uma política de ataque e de estrangulamento dos serviços públicos”, avalia o presidente do Sindicato dos Servidores de Nível Superior do RS (Sintergs), Antonio Augusto Medeiros. As perdas salariais dos servidores públicos estaduais chegam a 55,07% pela falta de reposição da inflação há mais de sete anos, aponta o Dieese.

Desempenho acima da média nacional

Em contrapartida, o PIB do Rio Grande do Sul registrou alta de 10,4% em 2021, bem acima do resultado nacional que foi de 4,6%. No que se refere ao crescimento da arrecadação, em 2021, comparado com 2020, o Rio Grande do Sul também ficou entre os primeiros do ranking, com crescimento de 26,7% – acima da média nacional que é de 24%.

Outro dado que chama a atenção é que, em 2021, o Rio Grande do Sul foi o 4º estado com maior volume de arrecadação de tributos estaduais (ICMS, IPVA, ITCD e outros) com total de R$ 51,3 bilhões arrecadados, ficando atrás apenas de São Paulo (R$ 219 bi), Minas Gerais (R$ 79 bi) e Rio de Janeiro (R$ 58 bi), conforme dados do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

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