ECONOMIA

Brasil registra saldo positivo de empregos com carteira assinada

Nos primeiros cinco meses do ano foram criados 865 mil postos de trabalho e maio registrou 155 mil contratações a mais do que demissões. Rio Grande do Sul registrou redução de empregos
Por César Fraga / Publicado em 29 de junho de 2023
Brasil registra saldo positivo de empregos com carteira assinada

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O segundo maior crescimento de empregos formais ocorreu na Construção Civil, com saldo de +27.958 postos formais de trabalho, com destaque para obras de infraestrutura (+10.988) e construção de edifícios (+8.872)

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Brasil acumulou um saldo de 155.270 postos de trabalho em maio. O número representa a diferença entre as 2.000.202 admissões e 1.844.932 desligamentos registrados no mês. No acumulado do ano, de janeiro a maio, graças a seguidos resultados positivos em 24 das 27 Unidades da Federação em cinco grupos de atividade econômica, foram gerados 865.360 postos de trabalho com carteira assinada, gerando um estoque de 43.309.785 empregos formais. As informações são do Novo Caged, divulgadas pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, em coletiva à imprensa, na quinta-feira, 29. No mesmo período do ano passado a Caged registrou 277.018 empregos com carteira, mas com queda salarial.

São Paulo é destaque positivo, com 50 mil empregos criados, seguido de Minas Gerais (26 mil), e Espírito Santo (13 mil). As maiores perdas foram registradas em Alagoas, com diminuição de 8 mil empregos, e Rio Grande do Sul, menos 2,5 mil.

O destaque fica para o setor de serviços, com um crescimento de 54% no mês. O saldo positivo também foi registrado em 23 dos 27 estados brasileiros.  “Considerando a evolução positiva nos números do emprego formal, arrisco que chegaremos a mais de 2 milhões de empregos até o final do ano”, avaliou o ministro.

O maior crescimento do emprego formal em maio ocorreu no setor de Serviços, com um saldo de 83.915 postos formais de trabalho, com destaques para as áreas da Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com um saldo positivo de 37.731 vagas e a administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais que apresentou o maior saldo (+26.116).

O segundo maior crescimento do emprego formal ocorreu na Construção Civil, com saldo de +27.958 postos formais de trabalho, com destaque para Obras de Infraestrutura (+10.988) e Construção de Edifícios (+8.872).

A Agropecuária teve a terceira melhor geração de postos de trabalho, com mais 19.559 empregos gerados, principalmente no cultivo de café (+16.717) e cultivo de laranja (+7.484). O Comércio e a Indústria, com saldos positivos de 15.412 e 8.429 postos no mês, vieram em seguida.

Estados

No mês de maio, em 23 das 27 Unidades Federativas houve registro de saldos positivos. O maior saldo ocorreu em São Paulo, +50.112 postos (+0,4%), com destaque para o setor de Serviços com geração de 25.102 postos de trabalho e o Agropecuário, que gerou 11.161 empregos. Minas Gerais, com +26.626 postos (+0,6%) e Espírito Santo, +13.593 postos (+1,6%), seguem a lista dos estados com maior geração no mês. Alagoas, com perda de 8.188 postos e Rio Grande do Sul com menos 2.511 postos foram os estados onde ocorreram as maiores perdas no mês.

Grupos populacionais e salário

Em maio, foram contratados 24.726 homens  a mais do que mulheres. O total de homens de 89.998, para 65.272 empregos para mulheres. Já as pessoas com deficiência obteve saldo positivo de 639 postos de trabalho no mês.

O salário médio real de admissão registrado em maio chegou a R$2.004,57, uma redução de R$18,26 se comparado a abril (R$2022,83), porém em relação a maio de 2022, o ganho real foi de R$35,55.

Culpa do juros altos

Apesar dos números serem positivos, Marinho aproveitou para alfinetar Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central ao justificar que o resultado ficou abaixo da expectativa, que era de 180 mil empregos, por causa da política de juros altos praticada pelo Banco Central, que desde agosto passado é mantida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em 13,75%, apesar das críticas do governo, de empresários e das centrais sindicais.

“O que frustrou um número ainda melhor – o número é positivo, temos de lembrar isso, 155 mil não é desprezível de saldo positivo para o mês de maio – porém as nossas previsões eram para números ainda maiores. Trabalhávamos com a previsão mínima da ordem de 180 mil empregos. E é flagrante o que leva a esse processo. É exatamente ausência de crédito e, portanto, a ausência de crédito está vinculada diretamente aos juros praticados”, cravou Marinho.

O ministro responsabilizou as autoridades monetárias não só pelo resultado abaixo do esperado como por sacrificar as contas do país. “Eu responsabilizo as autoridades, que teriam de ter já iniciado um processo de redução dos juros do país. Os juros praticados, portanto, não se justificam. Na medida que você sacrifica, não somente empregos, está sacrificando as contas também, porque significa que a União tem de pagar mais juros. Ou seja, nós estamos queimando oportunidades de geração de emprego, queimando oportunidades de ter as contas mais saudáveis.”

COMPARATIVO – No mesmo período do ano passado a Caged registrou 277.018 empregos com carteira, mas com queda salarial.

Os dados podem ser consultados no Painel de Informações do Novo Caged

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