ECONOMIA

Cai taxa de desemprego e de desalentados no Brasil, diz IBGE

É a menor taxa de desemprego desde 2015, mas 39,1% do total da população ocupada está na informalidade; também foi a menor taxa de desalentados desde o trimestre encerrado em julho de 2016
Da Redação / Publicado em 31 de outubro de 2023
Cai taxa de desemprego e desalentados no Brasil, diz IBGE

Embora a taxa de desemprego tenha caído, os trabalhadores informais somaram 39 milhões de pessoas, ou seja, 39,1% do total da população ocupada trabalha sem carteira assinada ou em subempregos

A taxa de desemprego caiu para 7,7% no trimestre encerrado em setembro de 2023. O recuo foi de 0,4%  em relação ao trimestre de abril a junho deste ano, que era de 8%. O índice também registra  1% a menos do que o mesmo período do ano passado, quando o trimestre móvel registrava 8,7% de desocupados. Também é a menor taxa de desocupação desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015 (7,5%).

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na manhã desta terça-feira, 31,  na sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Rio de Janeiro.

Já a população ocupada teve uma alta de 0,9% em relação ao trimestre anterior – com 99,8 milhões de pessoas trabalhando -, e que representou 0,6% a mais do que no terceiro trimestre do ano passado. É também melhor índice da série histórica iniciada no primeiro trimestre de 2012.

O nível de ocupação, que é o percentual de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade de trabalhar, foi estimado em 57,1%, crescimento em relação ao segundo trimestre que registrou 56,6%. Os números mostram estabilidade em relação ao terceiro trimestre de 2022.

A pesquisadora do IBGE, Adriana Beringuy, explica que há simultaneamente um número maior de pessoas ocupadas e um recuo da pressão no mercado de trabalho, menos pessoas procurando emprego.

Taxa de informalidade

No trimestre anterior, a taxa de informalidade era de 39,2%, enquanto no terceiro trimestre do ano passado chegava a 39,4%.

O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado – sem considerar os trabalhadores domésticos – era de 37,4 milhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 1,6% no trimestre e de 3% no ano. Esse é também o maior contingente desde janeiro de 2015 (37,5 milhões).

Já o número de empregados sem carteira no setor privado (13,3 milhões) ficou estável no trimestre e no ano.

“Dada uma queda muito acentuada na demanda por bens e serviços na pandemia, as atividades consideradas formais, como a indústria e os serviços de maior valor agregado, suprimiram muito a absorção de trabalhadores”, disse Adriana. “À medida em que o cenário vai se normalizando no pós-pandemia, essas atividades mais formais têm sua demanda aquecida e voltam a contratar”, avaliou.

Os trabalhadores por conta própria ficaram em 25,5 milhões de pessoas, total também estável nas duas comparações. Outro segmento que manteve estabilidade foi o de trabalhadores domésticos: 5,8 milhões de pessoas.

Setores

Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o grupamento de atividades com maior crescimento no pessoal ocupado é composto por informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3,5%). Os demais grupos não apresentaram variação significativa.

Já em relação ao terceiro trimestre do ano passado, foram observadas altas nos grupamentos de transporte, armazenagem e Correios (4,3%), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (5,2%) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,9%).

Houve recuo no pessoal ocupado nos grupamentos de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-3,8%) e outros serviços (-4,5%).

Rendimento

O rendimento médio real habitual do trabalhador (R$ 2.982) subiu 1,7% no trimestre e 4,2% no ano, puxado principalmente pelos crescimentos dos salários da indústria (5,3% no trimestre e 6,3% no ano).

A massa de rendimento real habitual chegou a R$ 293 bilhões, valor recorde da série histórica, com altas de 2,7% ante o segundo trimestre deste ano e de 5% na comparação com o terceiro trimestre de 2022.

Subutilização

A população subutilizada, ou seja, aquela que não trabalha ou trabalha menos do que poderia, ficou em 20,1 milhões de pessoas, algo estável na comparação trimestral, mas 14% abaixo do observado no terceiro trimestre de 2022.

A taxa de subutilização ficou em 17,6%, estável em relação ao trimestre anterior, mas menor do que o apurado no terceiro trimestre do ano passado (20,1%). É a menor taxa desde o último trimestre de 2015 (17,4%).

A população fora da força de trabalho (66,8 milhões) ficou estável frente ao trimestre anterior e cresceu 3,2% ante o mesmo trimestre de 2022. Já a população desalentada – aquela que não procurou emprego por não conseguir trabalho adequado, por não ter qualificação ou por causa da idade – somou 3,5 milhões, queda de 4,6% em relação ao trimestre anterior e de 17,7% na comparação com o terceiro trimestre de 2022. Foi o menor contingente desde o terceiro trimestre de 2016 (3,5 milhões).

Desalentados

A população desalentada, que são os desempregados que já desistiram de procurar trabalho, caiu 4,6% em comparação ao trimestre anterior (menos 168 mil pessoas) e 17,7% (menos 755 mil pessoas) no ano. Foi o menor índice desde o trimestre encerrado em setembro de 2016, quando o Brasil contabilizava 3,5 milhões. O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (3,1%) caiu 0,2% no trimestre e recuou 0,6% no ano. Foi a menor taxa desde o trimestre encerrado em julho de 2016 (3,1%).

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