EDUCAÇÃO

Urcamp: uma estranha no ninho

Publicado em 20 de novembro de 2001

Os exemplos da Unijuí, Unicruz e Unisc de aperfeiçoamento do processo democrático interno e abertura de espaços para a inserção da comunidade nem sempre são seguidos por todas as comunitárias gaúchas. Sediada em Bagé, a Universidade da Região da Campanha (Urcamp) não tem sido exatamente um modelo de democracia. Ao contrário, com uma gestão muito fechada e problemática, a atual administração da Urcamp reluta em promover alterações estatutárias que conduzam à democratização. Eleonel Moura, presidente da Aprofatt – Associação dos Professores da Fundação Átila Taborda – acredita que a mudança no modelo administrativo da universidade pode ser o início de um caminho que conduza a soluções para problemas graves enfrentados pela instituição, como os constantes atrasos no pagamento dos salários e desrespeito às cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho.

Torrescasana quer a comunidade discutindo os estatutos

Foto: René Cabrales

Torrescasana quer a comunidade discutindo os estatutos

Foto: René Cabrales

“Procuramos ampliar o espaço de participação da comunidade abrindo o debate e promovendo o estudo dos estatutos de outras universidades comunitárias do Estado”, diz o diretor do Sinpro/RS, Carlos Eduardo Torrescasana, que também integra a direção da Aprofatt. Torrescasana observa que o estatuto do Urcamp é o único entre as comunitárias que prevê a possibilidade de o presidente da fundação mantenedora ser conduzido ao cargo de reitor. “O processo de debate da reforma do estatuto tem mobilizado os professores da Urcamp. Já conseguimos reunir mais de 200 docentes de diversos campi”, informa Torrescasana, acrescentando que, por determinação da reitoria, as propostas de mudanças no estatuto deverão ser encaminhadas a uma comissão de sistematização. As modificações deverão ser votadas em assembléia geral até o primeiro semestre de 2002.

Segundo Marcos Fuhr, o debate pela democracia na instituição é o caminho para a solução dos grandes problemas enfrentados pelos professores da Urcamp e tem sido incentivado pelo Sinpro/RS através da realização de seminários sobre o assunto na região.

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