EDUCAÇÃO

Na estrada com Haragana

por César Fraga / Publicado em 22 de novembro de 2019
À bordo da Haragana, Erion realizou o sonho de viajar em uma Kombi transformada em uma casa sobre rodas

Foto: Acervo Pessoal

À bordo da Haragana, Erion realizou o sonho de viajar em uma Kombi transformada em uma casa sobre rodas

Foto: Acervo Pessoal

Em 1995 nasceu Haragana. Porém ela, ao que se sabe, ainda não tinha nome. Era, até então, apenas mais um dos veículos motorizados que faziam parte do patrimônio do Exército Brasileiro. Também é incerto de que forma servia às Forças Armadas. O que sabemos é que foi precocemente aposentada, mas sem direito à pensão. Aliás, foi a leilão. Trata-se de uma Kombi (Volkswagen) – sim, no Brasil é comum referir-se carinhosamente ao utilitário no feminino –, que foi arrematada em 2014 pelo professor da Faculdade de Comunicação da Unisc, Erion da Silva Lara, por indicação de um amigo.

Devidamente reformada, repintada e adaptada, o processo inicial foi lento e durou alguns anos, e acelerado em 2018 quando foi concluída a customização interna. A Kombi ganhou o nome de Haragana. Atualmente ela é usada como motorhome (que o proprietário prefere chamar de “motocasa”) e leva Erion e sua esposa Lilian Dias dos Santos em viagens dentro e fora do Brasil.

Para virar uma casa sobre rodas teve os famosos bancos que acomodavam até 12 pessoas substituídos por bancos que viram cama, fogão, frigobar e até mesmo painéis para captação de energia solar. “A Kombi era um sonho antigo, tanto por ser um carro bonito, por conta do design, como pela facilidade mecânica e mística em torno do modelo. É um carro simpático e sempre bem recebido nas comunidades em que chegamos. Até pra receber ajuda quando necessário é um facilitador. A Kombi abre portas”, conta.

“O nome da minha Kombi é Haragana. Para os hermanos, quer dizer alguém meio ‘sem rumo’, largado, despretensioso e até mesmo preguiçoso, que é o que buscamos quando viajamos com ela”. Haragano, termo castelhano, também é sinônimo de cavalo que não se deixa domar, que gosta de viver livre. E viajar não deixa de ser uma experiência de liberdade.

A primeira grande viagem foi realizada no verão passado, iniciada em dezembro e percorrendo quase 2.500 quilômetros. “Durante três semanas, saímos de Santa Cruz do Sul e percorremos toda a costa do Uruguai até a Colônia de Sacramento”, relata o professor viajante.  “Nunca ficamos em camping. Sempre na beira da praia ou em estacionamentos”. Ao longo de 2019 também foram realizadas viagens mais curtas em feriados e finais de semana. No próximo verão, a partir do dia 26 de dezembro o casal fará o caminho dos Sete Lagos, na Patagônia argentina e chilena.

Erion, 38 anos, entrou para a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2000, quando iniciou o curso de Comunicação Social, onde formou-se em Publicidade e Propaganda. Já no ano seguinte, após estágios, tornou-se funcionário da instituição como técnico administrativo. De 2012 para cá assumiu a docência, pegou gosto pela vida acadêmica e de sala de aula e vem ministrando várias disciplinas de perfil tecnológico na área do audiovisual e web em todos os cursos de Comunicação Social.

 

 

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