EDUCAÇÃO

Professores da Fundação Liberato e da Uergs reivindicam reajuste salarial e concurso público

Perdas salariais chegam a 17,9% e instituições já registram falta de professores. Negociações com o Governo do Estado começaram nesta quarta-feira
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 11 de maio de 2023
No encontro que foi considerado produtivo de ambos os lados, basicamente foi apresentado um panorama geral das instituições que apresentam perdas salariais de 17,9% para seus professores

Foto: Divulgação

Reunião, realizada no Centro Administrativo Fernando Ferrari do governo do estado do Rio Grande do Sul, abriu as negociações 2023

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O Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS) se reuniu na tarde de quarta-feira, 10, com a secretária de Planejamento, Governança e Gestão do estado, Danielle Calazans.

Na pauta, reivindicações dos professores da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo, e da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), duas instituições públicas de referência.

No encontro, considerado produtivo de ambos os lados, foi apresentado um panorama geral das instituições, com destaque para as perdas salariais dos professores, que chega a 17,9%.

Os professores reivindicam também a realização de concursos públicos. “Está faltando professores na Uergs e começando a faltar na Liberato”, relatou o diretor do Sinpro/RS e presidente da Central Única dos Trabalhadores no estado (CUT/RS), Amarildo Cenci.

“Foi um encontro importante para conhecer o trabalho e as demandas e também iniciar um diálogo para construir soluções possíveis”, destacou a secretária Danielle.

Educação como prioridade passa pela valorização dos professores

“Nesse primeiro momento, estávamos na busca da abertura do diálogo com o primeiro escalão do governo”, explica Daniel Sebastiani. Segundo ele, os representantes do estado demonstraram estar sensíveis às reivindicações.

“Disseram que analisariam possibilidades de discutir índices de reposição e concursos, lembrando que tudo isto mediado pelo limite prudencial e o acordo de renegociação da dívida do estado com o governo federal”, observa.

Quanto ao índice de reposição, Amarildo Cenci destaca que a educação foi uma prioridade anunciada pelo governador na sua campanha eleitoral.

“Já que para a magistratura, as altas carreiras, está sendo dado 18% de reajuste, entendemos que o mesmo pode vir para os professores da Liberato e da Uergs. Estamos em maio e nada até agora”, avalia.

A Fundação Liberato, reconhecida por sua excelência na educação profissional de nível técnico, conta com 3.504 alunos matriculados, oriundos de todo o estado, 184 professores e 34 auxiliares.

“Todos os cursos estão sendo atendidos, mas com sobrecarga dos docentes”, afirma Daniel Sebastiani, professor da Liberato e diretor do Sinpro/RS.

“A grande preocupação é com a saída dos professores por aposentadoria e com um Plano de Demissão Voluntarias (PDV) que está sendo planejado”, antecipa. O último concurso foi emergencial, em 2019, que resultou na contratação de 11 professores.

A Uergs, fundada em 2001, tem unidades em 24 cidades e atende mais de seis mil alunos em 22 cursos de ensino superior. Conta com 258 professores, 15 deles afastados. A Universidade segue, em 2023, com 4 no Índice Geral de Cursos (IGC), indicador do MEC que mede a qualidade dos cursos de graduação do país, numa escala onde a nota máxima é 5.

Mobilização

Para os dirigentes sindicais, se de um lado foi dado a entender que haverá um esforço do governo para viabilizar a negociação, por outro nada foi garantido ainda.

“Há uma boa expectativa de diálogo e avanço, mas é importante manter a categoria mobilizada”, afirmou Sebastiani.

Ainda estiveram presentes na reunião com a secretária de Planejamento, Governança e Gestão do estado,  o secretário adjunto Bruno Silveira, a diretora do Sinpro/RS e professora da Uergs, Silvia da Silva Lopes, e os representantes das associações de docentes, Ana Carolina Martins, da Uergs.

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