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O custo humano dos eletrônicos

Publicado em 13 de junho de 2014

O custo humano dos eletrônicos
Em vídeo de 10 minutos visto por quase 1 milhão de usuários das redes sociais até o final de maio, os cineastas Heather White e Lynn Zhang denunciam os riscos ocupacionais aos quais são submetidos milhões de trabalhadores da indústria de eletrônicos na China. O documentário Quem paga o preço? O custo humano dos eletrônicos mostra as consequências do envenenamento por compostos químicos tóxicos utilizados na fabricação de chips, iPhones e iPads da Apple e smartphones da Samsung. Além da benzina, que causa leucemia, a neurotoxina n-hexano e o tolueno, tóxico à reprodução, são substâncias banidas pela maioria dos países consumidores, mas permitidos na China, onde são utilizados em larga escala para reduzir os custos de produção. A substituição da benzina por solventes inofensivos à saúde dos trabalhadores representaria um aumento de US$ 1 por aparelho. Confira aqui.

Por trás das grifes I
Investigada pela CPI do Trabalho Escravo da Assembleia Legislativa de São Paulo, a varejista espanhola Zara admitiu que havia trabalho escravo na sua cadeia produtiva. Em 2011, o Ministério Público do Trabalho constatou trabalhadores em situação
degradante em duas confecções contratadas pela marca, a Aha e a Rhodez. Em depoimento aos deputados, na quarta-feira, 21 de maio, o presidente da Zara, João Braga, argumentou que os fornecedores terceirizaram os pedidos sem o consentimento da empresa.

Por trás das grifes II
Já a brasileira Ellus causou estranheza em desfile na São Paulo Fashion Week ao lançar a coleção #protestoellus: Abaixo este Brasil atrasado. A aparição de seus modelos e atores com camisetas detonando o país provocou indignação e protestos nas redes sociais, já que a empresa responde a uma ação judicial por utilizar trabalho escravo na produção de suas roupas. O Processo está na 2ª Região do Ministério de Trabalho e teve origem em denúncia da procuradora Carolina Vieira Mercante que, em 2012, instaurou um inquérito civil e convocou representantes da Ellus através da Portaria 1083/2012.

Periculosidade para mototrabalhadores
“Hoje, no Brasil, a cada 20 minutos, morre um motoboy, um mototaxista, um carteiro. É como se ao final do dia caísse um Boeing 777 todo dia no Brasil”. O argumento é do deputado Marcelo Crivella (PRB-RJ), autor do Projeto de Lei aprovado por unanimidade no Senado no dia 28 de maio e que garante o pagamento de adicional de periculosidade para motoboys e outros profissionais que utilizam a motocicleta no trabalho. O projeto altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para considerar perigosa a atividade de quem trabalha em motocicleta. Dessa forma, os motoboys passam a ter direito a adicional de 30% sobre o salário. Aprovado em regime de urgência, o projeto segue agora para sanção presidencial.

A lei considera como perigosas aquelas atividades que, “por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado”. Agora, mototaxista, motoboy, motofretista e mesmo quem presta serviço comunitário de rua, como ronda noturna, terão direito ao benefício. Leia no Extra Classe on-line matéria de março de 2014 sobre a rotina dos motoboys.

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