JUSTIÇA

Histórias de crianças sequestradas durante a ditadura

Livro resgata 19 casos de bebês, crianças e adolescentes, filhos de pais assassinados ou desaparecidos, que foram sequestrados por militares
Por Gilson Camargo / Publicado em 1 de abril de 2019
“Eu espero que esse trabalho seja o ponto de partida para novas pesquisas para poder desvendar e contar história da ditadura que estão escondidas”, diz o jornalista Eduardo Reina, autor do livro-reportagem

Foto: Arquivo Nacional

“Eu espero que esse trabalho seja o ponto de partida para novas pesquisas para poder desvendar e contar história da ditadura que estão escondidas”, diz o jornalista Eduardo Reina, autor do livro-reportagem

Foto: Arquivo Nacional

O livro Cativeiro sem fim, organizado pelo Instituto Vladimir Herzog em parceria com a Alameda Editorial, será lançado nesta terça-feira, 2, às 19h, no Centro Universitário Maria Antonia. A publicação apresenta a história de crianças e adolescentes que foram sequestrados durante a ditadura militar. Trinta e quatro anos após o fim da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), a publicação traz histórias de bebês, crianças e adolescentes que foram sequestrados durante o regime de exceção.

Com prefácio do jornalista Caco Barcellos, livro terá lançamento no dia 2

Foto: Divulgação

Com prefácio do jornalista Caco Barcellos, livro terá lançamento no dia 2

Foto: Divulgação

A partir de extensa investigação, o jornalista Eduardo Reina descobriu 19 casos de sequestro de filhos de militantes de esquerda ou de pessoas contrárias ao regime ditatorial – 11 ligados diretamente à Guerrilha do Araguaia e outros oito no Rio de Janeiro, em Pernambuco, no Paraná e no Mato Grosso. Com a ajuda de militares, funcionários públicos, funcionários de instituições e de cartórios, as vítimas foram entregues a famílias de militares e a pessoas ligadas aos órgãos de repressão. Algumas ainda procuram seus pais biológicos, e outras continuam desaparecidas, mas seus familiares contam suas histórias.

O livro-reportagem traz mais do que apenas relatos de sequestros e desaparecimentos de crianças e adolescentes. É o registro dos atos – jamais admitidos ou investigados – praticados por agentes da repressão aos movimentos de resistência à ditadura brasileira e demonstra o terrorismo cometido pelo Estado durante o período. “A obra é uma produção meritória, escrita por um jornalista que acima de tudo é um cidadão a serviço da Memória, da Verdade e da Justiça”, ressalta o material de divulgação da obra pelo Instituto Vladimir Herzog.

Durante o evento será realizado debate com o autor do livro, Eduardo Reina, o premiado jornalista Caco Barcellos, responsável pelo prefácio da obra, e Eugênia Gonzaga, procuradora regional da República e presidente da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos.

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