JUSTIÇA

Coordenador da Lava Jato na PGR pede demissão

Insatisfeito com Raquel Dodge e em meio ao desgaste provocado pela #VazaJato, estrategista da Operação e articulador das delações premiadas se exonera
Por Gilson Camargo / Publicado em 16 de julho de 2019
José Alfredo de Paula antecipa demissão do mais estratégicos dos cargos na Lava Jato, insatisfeito com morosidade de DodgeJosé Alfredo de Paula antecipa demissão do mais estratégicos dos cargos na Lava Jato, insatisfeito com morosidade de Dodge

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

José Alfredo de Paula antecipa demissão do mais estratégicos dos cargos na Lava Jato, insatisfeito com morosidade de Dodge

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Em meio ao desgaste provocado por novas publicações de mensagens trocadas entre o ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro, o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, e outros procuradores; e a menos de dois meses para o fim do mandato da Raquel Dodge, o coordenador do grupo de trabalho da Operação na Procuradoria-Geral da República (PGR), José Alfredo de Paula, pediu exoneração do cargo. A informação foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira, 16. Paula, que havia anunciado à Procuradoria que deixaria o cargo em setembro, pediu demissão na última sexta-feira, alegando razões pessoais. Ainda não foi indicado seu substituto.

O procurador coordenava o grupo de trabalho responsável pelas negociações dos acordos de delação premiada, oferecimentos de denúncias, pedidos de operações policiais e de quebras de sigilo, entre outras atribuições. A equipe é encarregada das investigações de políticos com foro privilegiado na Lava Jato e faz a articulação entre a PGR e as forças-tarefas da operação nos estados.

O jornal O Globo, que deu a informação sobre a saída do coordenador da Lava Jato na PGR, interlocutores do procurador afirmam que ele estava insatisfeito com o ritmo lento das investigações, emperradas devido ao excesso de centralização do gabinete de Raquel Dodge, e com a tentativa de recondução fora da lista tríplice. A delação premiada do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, assinada em dezembro pela PGR, por exemplo, até agora não foi encaminhada ao ministro Edson Fachin, do STF para ser homologada, o que paralisou as investigações.

O mandato de Raquel Dodge termina em setembro. A lista tríplice escolhida pelo MPF para a indicação, pelo Planalto, de um substituto, é composta pelos subprocuradores Mario Bonsaglia e Luiza Frischeisen e pelo procurador regional Blal Dalloul.

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