JUSTIÇA

Ministro do Meio Ambiente e presidente do Ibama são alvos de operação da Polícia Federal

Ricardo Salles, Eduardo Bim e oito servidores federais são investigados por corrupção, prevaricação e advocacia administrativa em associação com madeireiros
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 19 de maio de 2021
Em abril, Salles se reuniu em Santarém (PA) com empresários e se comprometeu a apoiar a liberação de madeira apreendida pela PF

Foto: Ministério do Meio Ambiente/ Divulgação

Em abril, Salles se reuniu em Santarém (PA) com empresários e se comprometeu a apoiar a liberação de madeira apreendida pela PF

Foto: Ministério do Meio Ambiente/ Divulgação

O ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro, Ricardo Salles, foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira, 19, em três dos seus endereços, o funcional, na capital federal, em seu apartamento em São Paulo e em um gabinete do ministério que utiliza no Pará.

Eduardo Bim, presidente do Ibama e outros oito servidores da autarquia e do ministério são investigados junto com o ministro

Foto: Ibama/ Divulgação

Eduardo Bim, presidente do Ibama e outros oito servidores da autarquia e do ministério são investigados junto com o ministro

Foto: Ibama/ Divulgação

A operação que iniciou às 6h foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Moraes também determinou que o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) Eduardo Bim seja afastado do cargo.

Salles chegou a ser levado à sede da Superintendência da PF em Brasília para prestar depoimento. Ele também teve a quebra de seus sigilos bancário e fiscal decretados.

Segundo a PF, que solicitou ao STF a liberação da busca e apreensão, existem fortes indícios dos delitos de corrupção, prevaricação e advocacia administrativa praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro.

Operação Akuanduba

Salles posa junto a toras de madeiras apreendidas que prometeu liberar a empresários no Pará

Foto: Ministério do Meio Ambiente/ Divulgação

Salles posa junto a toras de madeiras apreendidas que prometeu liberar a empresários no Pará

Foto: Ministério do Meio Ambiente/ Divulgação

A ação da PF nesta manhã se deu no âmbito da Operação Akuanduba, que investiga o crime de facilitação de contrabando de madeira cortada de forma ilegal no país.

Salles está envolvido na liberação de mais de 130 mil metros cúbicos de madeira apreendidas no final do ano passado e foi alvo de uma notícia-crime enviada pelo superintendente da Polícia Federal no Pará, Alexandre Saraiva, ao STF.

Ao todo, 35 mandatos de busca e apreensão foram expedidos para o Distrito Federal, São Paulo e Pará. Entre os atingidos também estão oito servidores federais que ocupam cargos e funções estratégicas no ministério do Meio Ambiente e no Ibama.

Entre os investigados, além do ministro, estão o assessor especial do ministério do Meio Ambiente, Leopoldo Penteado. Do Ibama, foram alvos o superintendente de Apurações de Infrações Ambientais, Wagner Tadeu Matiota, Olímpio Ferreira Magalhães, diretor de Proteção Ambiental; João Pessoa Riograndense Moreira Junior, diretor de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas; Rafael Freire de Macedo, coordenador-geral de Monitoramento do Uso da Biodiversidade e Comercio Exterior; Leslie Nelson Jardim Tavares, coordenadora de Operações de Fiscalização; André Heleno Azevedo Silveira, coordenador de Inteligência de Fiscalização e Artur Vallinoto Bastos, analista ambiental no Pará.

Comentários