JUSTIÇA

Ministério Público do Rio indicia bolsonarista que arremessou bomba caseira em comício de Lula

Corretor de imóveis que lançou bomba caseira foi denunciado à Justiça pelo Ministério público por atentado com uso de explosivo de acordo com o Código Penal. Pena é de três a seis anos de prisão e multa
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 13 de julho de 2022

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Foto: TVGlobo/Reprodução

Ataque com bomba caseira ocorreu durante ato com milhares de pessoas na Cinelândia. Ministério Público indiciou Brito por atentado contra a vida com uso de explosivos

Foto: TVGlobo/Reprodução

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP/RJ) denunciou o corretor de imóveis aposentado André Stefano Dimitriu Alves de Brito, 55 anos, por ter arremessado bomba caseira em comício com a presença do pré-candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O atentado ocorreu no dia 7 de julho no centro da capital fluminense.

De acordo com a Promotoria de Justiça adjacente à 16ª Vara Criminal da cidade do Rio de Janeiro, André Stefano irá responder pelo crime previsto no artigo 251 do Código Penal do Brasil (CPB), tipifica atentados cometidos mediante uso de explosivos.

Por “expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos”, o CPB prevê a possibilidade de três a seis anos de prisão e multa como penalização.

Para o MPRJ “é importante que haja uma resposta dura a quaisquer atos que atentem contra a vida e a integridade física dos apoiadores de qualquer um dos possíveis candidatos, com o fim de coibir novos atos desta natureza, bem como o recrudescimento da violência física, à medida que o pleito se aproxima”.

A promotoria ainda requereu a manutenção da prisão de André Stefano para garantia da ordem pública.

Entenda o que aconteceu

Foto: Polícia Civil RJ/ Reprodução

Corretor de imóveis aposentado, André Stefano de Brito foi denunciado ao TJRJ por lançar bomba caseira durante comício

Foto: Polícia Civil RJ/ Reprodução

Minutos antes de Lula subir ao palco, André Stefano acendeu o pavio do explosivo e o arremessou no meio do público presente no comício.

O ato foi realizado na Cinelândia e contou ainda com a presença de Geraldo Alckmin (PSB-SP), pré-candidatos à vice-presidência na chapa com Lula, e Marcelo Freixo (PSB-RJ), que deverá concorrer ao governo do Rio de Janeiro, entre outros políticos e personalidades.

A bomba artesanal foi feita com uma garrafa pet de dois litros que continha material explosivo e um líquido escuro com feses humanas.

O autor do atentado foi identificado e preso na hora por policiais presentes. Chegou a ter início um pequeno tumulto, mas não houve feridos.

A Cinelândia é um dos mais tradicionais pontos de encontro do Rio de Janeiro. A região fica no entorno da Praça Floriano e engloba ainda áreas que vão desde a Avenida Rio Branco até a Rua Senador Dantas. Passa também pela Avenida Evaristo da Veiga até a Praça Mahatma Gandhi, onde ficava o Palácio Monroe, antiga sede do Senado Federal.

Todo esse ambiente que já foi também palco das manifestações políticas mais importantes da história do Brasil estava completamente lotado durante o comício que apresentou os pré-candidatos Lula e Freixo.

Outros casos

Foto: Redes Sociais/ Reprodução

Caminhoente com adesivo de Bolsonaro pertencia a Rodrigo Parreira e foi usada no ataque a apoiadores de Lula em Uberlândia

Foto: Redes Sociais/ Reprodução

Em 15 de junho, presentes em um evento da pré-campanha de Lula em Minas Gerais foram alvejados por um líquido descrito inicialmente como “água de esgoto” lançado por um drone que sobrevoou o ato no qual também estava presente o pré-candidato ao governo mineiro, Alexandre Kalil (PSD/MG).

Posteriormente foi confirmado que era um defensivo agrícola. Três homens que estavam a bordo de um carro com adesivos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL/RJ) foram identificados e conduzidos para prestar depoimento à polícia civil. Todos foram liberados após a assinatura de Termo Circunstanciado de Ocorrência.

Um deles, no entanto, foi preso uma semana depois. O agropecuarista Rodrigo Luiz Parreira foi detido por aquisição irregular de arma de fogo, segundo informações Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp).

Pereira responde a 21 processos na Justiça. Ele tem condenações por roubo em Goiás e estelionato em Minas Gerais e já chegou a usar tornozeleira eletrônica.

Em maio, bolsonaristas cercaram um veículo que transportava Lula em Campinas, SP.

Em junho, outro bolsonarista driblou o sistema de segurança do evento de lançamento das diretrizes do programa de governo da chapa Lula/Alckmin e interrompeu aos gritos o discurso do ex-presidente.

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