Começa hoje julgamento sobre racismo em avião da Gol

Foto: Reprodução de vídeo

Em 28 de abril a professora foi retirada de um voo da Gol por se recusar a despachar sua bagagem de mão com notebook já acomodada na aeronave com ajuda de outros passageiros

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Começou na manhã dessa quinta-feira, 15, o julgamento da Ação Civil Pública movida pela ONG Educafro contra a Gol para a reparação do ato de racismo que foi protagonizado pelo comandante e parte da tripulação em um voo da empresa aérea. O episódio ocorreu no dia 28 de abril deste ano e teve grande repercussão.

Na ocasião, a professora Samantha Vitena Barbosa foi expulsa da aeronave após acionamento da Polícia Federal (pelo comandante)  por ter se recusado a despachar a mochila que portava com seu notebook. Ela iria de Salvador para São Paulo onde reside.

Fundador e diretor executivo da Educafro, ONG que já garantiu o acesso de mais de 60 mil negros no ensino superior, o frei franciscano David Santos comemorou o que chamou de tempo recorde dispensado pela 13ª Vara do Trabalho de Salvador, onde tramita o processo.

O religioso parabenizou a Justiça da Bahia porque, em suas palavras, tradicionalmente quando há demandas ligadas a questões de Direitos Humanos, “o judiciário deixa procrastinando até as vítimas esquecerem”.

Frei David ressalta a importância da presença firme da Educafro que incentivou “antecipar anos luz o início do julgamento que começa hoje”.

A Educafro além de sua atuação na questão educacional, onde foi uma das protagonistas para a construção das políticas de cotas no país, tem se notabilizado por promover ações judicias antirrascistas como a do caso Beto, em Porto Alegre, quando o jovem foi espancado até a morte em uma unidade do Carrefour na cidade.

Sobre o julgamento do caso ocorrido com a Gol, frei David declara: “Estamos muito felizes porque entendemos que somente com uma justiça célere nós vamos fazer a reparação que o povo afro-brasileiro precisa, merece e tem direito”.