MOVIMENTO

Centrais se mobilizarão dia 19 contra a Reforma da Previdência

Sindicatos querem constranger deputados para evitar votação da PEC 287/16, enquanto o governo segue negociando votos
Da Redação / Publicado em 15 de fevereiro de 2018

 

Campanha denuncia deputados gaúchos favoráveis à Reforma da Previdência

Foto; CUT/RS - Divulgação

Campanha denuncia deputados gaúchos favoráveis à Reforma da Previdência

Foto; CUT/RS - Divulgação

Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), aumenta a adesão à greve nacional contra a reforma da Previdência marcada para o dia 19 de fevereiro. Enquanto isso, em Brasília, o Governo continua buscando os 308 votos necessários à aprovação da  PEC 287/16 que altera o sistema de previdência social. Depois de várias tentativas e alterações no texto, segue o trâmite na Câmara dos Deputados para que a proposta vá a plenário a partir do dia 19 de fevereiro, mantendo aumento da idade mínima de concessão da aposentadoria para 62 anos para mulheres e 65 anos para os homens. Na semana que antecedeu o carnaval, as centrais sindicais pediram adiamento para 2019, mas o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia  (DEM-RJ), disse que manteria o dia 20 de fevereiro como referência.   “Eu acho bom manter a data do dia 20, para que os esforços que estão sendo construídos tenham sucesso. Toda vez que adia a data, em vez de estar gerando pressão para conquista de votos, atrasa a mobilização”, disse Maia.  “Então vamos manter a data, para garantir a mobilização e encerrar esse assunto dia 20, dia 21,22 ou, no limite, dia 28”. No entanto, ele admitiu aos sindicalistas que não pautará a reforma da Previdência sem voto. “Vamos trabalhar para ter voto, acho que o Brasil precisa da reforma da Previdência, o Brasil precisa que a gente tenha sistema previdenciário igual, do serviço público e do INSS ”, finalizou. A sugestão do de adiamento partiu de representantes da CUT, da Força Sindical, da Nova Central, da CSB e da UGT ao presidente da Câmara dos Deputados porque o governo “não teria votos e nem legitimidade para aprovar uma reforma da Previdência”. O presidente da CUT Vagner Freitas avalia que “ se não votaram até agora é porque não têm votos. Os deputados estão com medo de aprovar essa proposta nefasta e não serem reeleitos”. Segundo ele, a campanha “se votar, não volta”, feita sem recursos, que contou apenas com o trabalho incansável e determinação da militância e dos dirigentes que foram a aeroportos, as bases dos deputados e em todos os espaços públicos onde eles estiveram nos últimos meses fez mais efeito do que a montanha de dinheiro que o governo distribuiu e que as campanhas milionárias do Temer nas rádios e TVs. “Temos de aumentar ainda mais a pressão nos deputados. Quem aprovar o fim da aposentadoria pode vestir o pijama pois pra Brasília não volta. Nunca mais vai ser eleito”, sentencia o presidente cutista. Para os sindicalistas, independentemente do dia em que o presidente da Câmara colocar a proposta em votação, o dia 19 será marcado por mobilizações e atos em todo o país. Assembleias nos estados estão definindo as atividades e categorias que entrarão em greve em cada região. No Rio Grande do Sul haverá mobilização em várias cidades com destaque para atos na Capital.

Calendário de mobilização em Porto Alegre no dia 19 – Dia Nacional de Luta com greves, manifestações e protestos contra a reforma da Previdência: 

  • 5h: Concentração no Monumento ao Laçador, seguida de caminhada até saguão de embarque do Aeroporto Salgado Filho;
  • 7h: Concentração na Estação Rodoviária, seguida de caminhada até o prédio do INSS;
  • 9h: Ato público em frente ao prédio do INSS contra a reforma da Previdência;
  • 17h: Ato na Esquina Democrática.

100 outdoors denunciam deputados gaúchos pró-reforma

Durante o feriado de carnaval, a CUT-RS, federações e sindicatos espalharam 100 outdoors na Capital e no Interior do Rio Grande do Sul, denunciando nove deputados federais que se manifestaram favoráveis à reforma da Previdência. Cada cartaz, que ficará exposto ao longo de duas semanas, exibe fotos de três parlamentares e traz as chamadas “Eles querem acabar com a sua aposentadoria” e “Não à reforma da Previdência”. A campanha tem o apoio da Federação dos Trabalhadores no Ensino Privado (que inclui o Sinpro/RS),  Federação dos Trabalhadores na Alimentação, Federação dos Trabalhadores na Saúde, Federação Democrática dos Sapateiros,  Federação dos Metalúrgicos, Sindicato dos Petroleiros, Cpers Sindicato, Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Sindiágua, Sindipolo, Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Sindicato dos Rodoviários de Canoas. “Estamos mostrando para a sociedade a cara dos deputados da base aliada de Temer que têm se manifestado a favor da Reforma da Previdência, os que querem acabar com o direito à aposentadoria”, afirma o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo. Para ele, a reforma causará o desmonte da previdência pública para beneficiar banqueiros e donos de empresas de previdência privada. “Não podemos permitir que seja tirado da classe trabalhadora, especialmente dos pobres, o direito de se aposentar e de ter uma velhice com dignidade”, destaca. Nespolo enfatiza que a Previdência não tem déficit, como ficou comprovado na CPI do Senado, presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS). “Essa antirreforma também não acaba com privilégios, como mente a propaganda milionária do governo”, alerta. “A Previdência é superavitária”, ressalta.

Veja os nomes dos deputados: Alceu Moreira (MDB), Darcísio Perondi (MDB); Jones Martins (MDB); José Fogaça (MDB); Mauro Pereira (MDB); Osmar Terra (MDB), atual ministro do Desenvolvimento Social e Agrário; Ronaldo Nogueira (PTB), ex-ministro do Trabalho; Renato Mooling (PP);Yeda Crusius (PSDB), ex-governadora do Rio Grande do Sul.

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