MOVIMENTO

Agricultores fazem ato em Porto Alegre por liberação de crédito para minimizar efeitos da estiagem

Dos 497 municípios, 409 já decretaram situação de emergência por conta da estiagem que assola as lavouras e esvazia reservatórios no Estado
Por Marcelo Menna Barreto com fotos de Igor Sperotto / Publicado em 16 de fevereiro de 2022

Foto: Igor Sperotto

A estiagem já provocou a perda de 54,7% da produção de milho 43,8% da de soja, com prejuízos que já ultrapassaram os R$ 27,8 bilhões

Foto: Igor Sperotto

Agricultores familiares de todas as regiões do Rio Grande do Sul tomaram a frente da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural na manhã desta quarta-feira, 16, e devem ficar mobilizados durante todo o dia.

Na pauta de reivindicações que querem entregar à secretária de Estado, os agricultores solicitam a liberação de crédito e auxílio emergencial, junto com a liberação de R$ 23 milhões dos recursos do BNDES que estão na conta do governo do estado. Pedem também a criação de um Comitê Estadual de Combate à Estiagem.

Em relação ao governo federal, os agricultores pedem a liberação de crédito e auxílio emergencial, anistia das dívidas e a liberação de milho com valor subsidiado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Estiagem

Foto: Igor Sperotto

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Esta é considerada a pior estiagem dos últimos e o Rio Grande do Sul é o estado mais atingido pela seca. Dos 497 municípios, 409 já decretaram situação de emergência por conta da estiagem que assola as lavouras e esvazia reservatórios no Estado.

Segundo dados da Emater/Ascar-RS, mais de 257 mil propriedades de 9.600 localidades sofrem os efeitos da estiagem, situação essa que deixa 17,3 mil famílias com dificuldades de acesso à água. A estiagem já provocou a perda de 54,7% da produção de milho 43,8% da de soja, com prejuízos que já ultrapassaram os R$ 27,8 bilhões.

Mobilização

Foto: Igor Sperotto

Foto: Igor Sperotto

A mobilização desta quarta-feira tem a participação, segundo a Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT/RS) reúne cerca de 1.300 trabalhadores e trabalhadoras da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf-RS), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), da União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) e do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul (Consea-RS). A CUT/RS apoia o movimento.

Agricultores doam sangue

O movimento dos agricultores também realiza um ato simbólico no Hemocentro de Porto Alegre: 40 agricultores estão doando sangue. A ação, segundo os organizadores, reforça a solidariedade da população do campo, que mesmo em seus momentos mais difíceis não mede esforços para ajudar o próximo. O estoque de sangue em hospitais e hemocentros do RS é crítico.

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