OPINIÃO

A comunicação científica e a pandemia

Por Rogério Leandro de Lima da Silveira, Grazielle Betina Brandt e Ângela Felippi* / Publicado em 8 de junho de 2020

Foto: Pexels

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A comunicação tem papel vital nas democracias. Nesse momento de crise sanitária política e econômica que vivenciamos, a sociedade tende a se contaminar com informações distorcidas e propagar com significativa facilidade muitas fake news. A pandemia evidencia que o estado do obscurantismo consolida as fake news como prática informativa contemporânea.

O resultado é que a desinformação e o descrédito na ciência têm orientado muitas das tomadas de decisões nas esferas social, política e econômica das democracias contemporâneas.

De outro lado, temos observado que muitos países afetados pela expansão da Covid-19 têm se voltado para as universidades e centros científicos em busca de soluções não só sanitárias, bem como para dar conta dos problemas sociais e econômicos decorrentes da crise.

Movimento esse que tem sido valorizado pela mídia, (r)estabelecendo sua função primordial de subsidiar os cidadãos com informações que resultem em conhecimento amplo sobre a realidade complexa. Esta inter-relação entre a produção e a difusão do conhecimento científico – especialmente em tempos de crise – precisa ser fortalecida.

Com este intuito, a Universidade de Santa Cruz do Sul, por meio do Observatório do Desenvolvimento Regional, vem realizando desde abril a análise e divulgação de um conjunto de dados socioespaciais sobre a região do Vale do Rio Pardo e sobre o Rio Grande do Sul, a partir de dados secundários do Ibge, Datasus e prefeituras.

A proposta objetiva oferecer análises por meio de mapas temáticos e notas técnicas sobre variáveis sociais, demográficas, de infraestrutura e saúde da população e domicílios de Santa Cruz do Sul e de Venâncio Aires, sobre a região do Vale do Rio Pardo e do Rio Grande do Sul.

As ações são realizadas por uma equipe interdisciplinar de professores e estudantes de mestrado e doutorado em Desenvolvimento Regional e de graduação da Unisc, e parceiros como a Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos e Secretarias de Planejamento de Venâncio Aires e de Santa Cruz do Sul e o Corede Vale do Rio Pardo, de forma colaborativa, voluntária e em rede. São análises situacionais para subsidiar os gestores públicos nas decisões sobre a pandemia e informar a sociedade sobre a realidade.

Vale ressaltar que não existe ciência sem comunicação. O rico material cartográfico e textual que vem sendo desenvolvido está disponível para consulta no portal do ObservaDR . Além do portal, os dados têm sido divulgados sistematicamente para a imprensa e sociedade por meio das redes sociais Facebook, Instagram e Whatsapp. São estratégias de expandir o conhecimento científico produzido numa Universidade comunitária comprometida com sua realidade.

*Professores do Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento Regional (PPGDR) da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc)

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