OPINIÃO

Os desafios do futuro governo gaúcho: é possível fazer mais

Publicado em 29 de outubro de 2010

Colunista José Alonso

Ilustração: Pedro Alice

Ilustração: Pedro Alice

O principal desafio do futuro governo do RS é adotar uma estratégia política que reponha a economia do Estado no rumo do crescimento da produção e do emprego. Com isso espera-se melhorar consideravelmente a inserção da economia gaúcha na dinâmica da economia nacional. Mas, não só isso. A estratégia deve contemplar, obrigatoriamente, mecanismos que levem, de um lado, à inclusão crescente das camadas mais baixas da pirâmide social e, de outro lado, à distribuição mais justa dos resultados do crescimento. Portanto, a ordem é crescer distribuindo, para muitos uma inequação, mas para outros o caminho mais curto para alcançar uma organização social e econômica sólida e dinâmica.

Diante desse desafio surge uma questão prática: o que pode fazer essa fração do Estado brasileiro? Quais são seus limites e possibilidades para empreender um projeto ambicioso como o acima descrito? Na verdade, o Estado “regional” possui um conjunto de recursos representados pelo orçamento público, por uma estrutura administrativa-burocrática (secretarias, autarquias, fundações e estatais) e por instituições de crédito (Banrisul, Caixa RS e parte do BRDE).

Com esses recursos o Estado deve cumprir suas competências constitucionais de prestação de serviços nas áreas de educação, saúde, segurança, cultura, além de prover uma parte da infraestrutura de transportes, energia e saneamento. Na área dos serviços básicos (educação, saúde e segurança) há duas metas a perseguir, a universalização e a melhoria da qualidade no atendimento ao público.

Os limites estabelecidos pelos recursos (orçamentários, administrativos e de intermediação financeira) podem ser superados pela ação política de articulação com a União Federal, objetivando aumentar os investimentos dessa esfera de Governo no âmbito do território gaúcho. É relevante também a cooperação com os Governos Locais em projetos de interesse municipal e/ou regional. Se o Governo que entra conseguir imprimir um movimento que articule o conjunto de recursos que dispõe com os de outras esferas de poder (União e Municípios) estará criando um ambiente extremamente propício à expansão dos investimentos privados.

Essas condições permitem incluir, crescer e distribuir, combinando políticas de fomento às cadeias produtivas locais prioritariamente com a atração de grandes investimentos externos que venham contribuir para a diversificação da matriz produtiva do Rio Grande do Sul.

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