OPINIÃO

Algemas P/M/G

Por Fraga / Publicado em 11 de agosto de 2014

Algemas P/M/G

Ilustração: Rafael Sica

Ilustração: Rafael Sica

Por um lado, criminosos têm que ser vistos como tal. Por outro, quem protesta e se manifesta, não deve ser criminalizado. Assim, precisa haver distinção. Pra não dizer que não colaborei pro debate dos direitos humanos, aí vão algumas sugestões de novos e pertinentes acessórios em delegacias e tribunais.

Algemas de metal em formato de espiral do DNA – Para pais que matam filhos, filhos que matam pais, parentes que matam a família inteira etc.

Algemas de ouro, cravejadas de brilhantes – Para golpistas milionários, desses da bolha imobiliária e escroques mundiais disfarçados de banqueiros internacionais.

Algemas de plumas – Para os ladrões de galinha e outros gatunos comuns, se é que ainda existem.

Algemas de plástico, alumínio ou qualquer outro material reciclado – Para ativistas do Greenpeace e outros movimentos em defesa dos recursos naturais.

Algemas de renda e lingerie – Para a mulherada do grupo Femen e outras ativistas peladonas.

Algemas de seda italiana, confeccionadas a partir de gravatas italianas – Para os nossos contumazes e sempre elegantes criminosos de colarinho branco.

Algemas comuns, ensanguentadas – Para os carniceiros das clínicas clandestinas de aborto.

Algemas de pérolas com marcas de grifes – Para a sofisticada clientela que rouba roupas em butiques e lojas chiques.

Algemas de bijuteria – Para quem furta artigos em lojinhas de 1,99.

Algemas com alarme sonoro ligado – Para pedófilos (civis, militares ou eclesiásticos), turistas sexuais e familiares que abusam de crianças.

Algemas com 5kg de chumbo – Para estupradores, sequestradores e traficantes.

Algemas de vidro temperado, tipo blindex – Para participantes de quebra-quebra.

Algemas em verde e amarelo – Para todos os políticos corruptos, mensaleiros ou não, de todos os partidos.

Algemas de arame farpado – Para membros de gangues neonazistas, skinheads e metaleiros apanhados em atos violentos contra outras tribos indefesas.

Algemas com balagandãs – Para assaltantes de turistas na Bahia.

Algemas de ferro em brasa – Para filhinhos da classe alta que matam índios e mendigos queimados.

Algemas de látex – Para os falsos cirurgiões-plásticos, que atuam em todo o país.

Algemas com correntinhas e medalhinhas de santinhos – Para os vigaristas que exploram a boa fé do povo brasileiro.

Algemas padrão, porém em neon bem chamativo – Para fraudadores de qualquer gênero, como o da fraude do leite etc.

Algemas de liga leve – Para quem atropela e foge, sem prestar socorro à vítima.

Etc.

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