POLÍTICA

Governo retirou investimentos quando vírus avançou

Nos primeiros seis meses de 2021, o governo federal destinou apenas R$ 49,3 bilhões em contraste com os R$ 217,7 bilhões usados no mesmo período em 2020
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 19 de julho de 2021
Presidente da República Jair Bolsonaro e o ministro da Economia Paulo Guedes, principais responsáveis pela estratégia econômica de combate à pandemia

Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República

Presidente da República Jair Bolsonaro e o ministro da Economia Paulo Guedes, principais responsáveis pela estratégia econômica de combate à pandemia

Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República

O maior pico da covid-19 atingiu o Brasil no primeiro semestre desse ano, quando o país chegou a registrar até três mil mortes diárias. Se a pandemia acabou se tornando mais aguda e letal, já beirando as 550 mil mortes, as verbas do governo destinadas para o seu combate tomaram sentido inverso.

É que aponta o Balanço Semestral do Orçamento Geral da União elaborado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), organização não-governamental.

Ao todo, nos primeiros seis meses de 2021, o governo Jair Bolsonaro destinou apenas R$ 49,3 bilhões, ante os R$ 217,7 bilhões usados no mesmo período em 2020, primeiro ano da crise.

O índice de apenas 22% do que foi utilizado chama a atenção em especial porque, se a pandemia no país iniciou em março e contabilizou 60 mil mortes no final do primeiro semestre de 2020, 306 mil morreram de Covid-19 no país de janeiro a junho deste ano.

Para o Inesc, mesmo tudo apontando uma situação em 2021 não muito diferente de 2020, o governo cortou gastos relativos ao enfrentamento da covid-19.

Enquanto foram reservados cerca de R$ 400 bilhões para o combate à pandemia no ano passado, este ano o montante estipulado foi quatro vezes menor, R$ 98 bilhões.

Dessa verba, 43% foram destinadas ao Auxílio Emergencial neste primeiro semestre. O valor é cerca de quatro vezes menos do que foi autorizado no ano passado, mesmo com os índices de fome e desemprego recentes em patamares alarmantes.

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