POLÍTICA

Com veto do Novo, PEC dos pisos da Enfermagem é aprovada em primeiro turno na Câmara

Proposta já aprovada no Senado e em primeiro turno na Câmara estabelece planos de carreira e pisos salariais da Enfermagem: enfermeiros, técnicos, auxiliares e parteiras. Novo votou contra
Da Redação / Publicado em 13 de julho de 2022

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Relatório da PEC do Piso da Enfermagem foi aprovado em primeiro turno e permanece em debate na Câmara após destaque do Novo, único partido a orientar voto contrário ao projeto

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A Câmara dos Deputados aprovou em primeiro turno a PEC do Piso da Enfermagem (PEC 11/22) por 425 votos a sete em sessão realizada na terça-feira, 12 e que poderá ser retomada nesta quarta-feira, 13, para análise de um destaque apresentada pelo Novo. Já aprovada pelo Senado, a proposta deverá ir à votação em segundo turno na Câmara e depois seguir para sanção presidencial.

A PEC do Piso da Enfermagem de autoria do Senado determina que uma lei federal instituirá pisos salariais profissionais nacionais para o enfermeiro, o técnico de enfermagem, o auxiliar de enfermagem e a parteira, a serem observados por pessoas jurídicas de direito público e de direito privado.

A relatora da proposta, deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), afirmou que a aprovação da proposta vai impedir questionamentos judiciais do piso, previsto no Projeto de Lei 2564/20.

“Para evitarmos qualquer risco de judicialização, qualquer risco de veto por não estar na Constituição Federal, trabalhamos pela PEC 11, para dar mais segurança jurídica ao piso nacional dos profissionais da enfermagem”, disse.

A relatora lembrou que a enfermagem precisa de reconhecimento e salário digno e destacou que o aumento salarial da categoria poderá ser custeado por medidas como desoneração da folha, legalização dos jogos, royalties do petróleo, lucro das estatais e saldo não utilizado dos recursos previstos na PEC do Estado de Emergência (PEC 15/22), que também será votada em plenário.

“Eu peço ao governo que nos ajude, para que a gente possa garantir a assistência nos nossos hospitais filantrópicos, para que a gente possa manter este quadro de profissionais”, declarou.

Foto: Wesley Amaral/Câmara dos Deputados

A relatora, Carmen Zanotto, destacou que a PEC representa a valorização dos profissionais e garantia de assistência à saúde

Foto: Wesley Amaral/Câmara dos Deputados

Apenas o partido Novo orientou o voto contrário ao piso salarial dos enfermeiros. O líder do partido, deputado Tiago Mitraud (MG), argumentou que a proposta vai gerar uma onda de demissões com os aumentos salariais. “Esta proposta trará efeitos nefastos para os profissionais de enfermagem, que foram enganados”, provocou.

O deputado Alexis Fonteyne (Novo-SP) afirmou que a definição salarial não é tema constitucional. “Este tema tem de ser tratado do lado de fora da Constituição, como todas as outras profissões, para a gente ter equilíbrio, para a economia se mexer, porque senão corremos o risco de abraçar o populismo e ter mais e mais categorias pressionando”, defendeu.

Todos os demais partidos declararam voto favorável. Para o deputado Helder Salomão (PT-ES), a proposta faz justiça aos profissionais de saúde. “Na pandemia, as pessoas viram mais concretamente o papel que esses profissionais exercem cotidianamente, mas em períodos de normalidade, os profissionais da saúde, os profissionais da enfermagem, outros profissionais são fundamentais para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde”, ressaltou.

Para o líder do MDB, deputado Isnaldo Bulhões Jr. (AL), os profissionais de enfermagem são uma das categorias mais importantes do Brasil. “O MDB faz um reconhecimento histórico da enfermagem no país”, elogiou.

Também favorável à PEC, o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) destacou que o impacto anual do piso de enfermagem é de menos de 2,5% do orçamento geral do Sistema Único de Saúde (SUS) e de menos 2% do faturamento anual dos planos de saúde. A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) afirmou que o Congresso cumpriu todas as etapas e negociou o piso salarial.

Pisos salariais da enfermagem

Já aprovada pelo Senado, a PEC 11/22, da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), determina que lei federal instituirá pisos salariais nacionais para o enfermeiro, o técnico de enfermagem, o auxiliar de enfermagem e a parteira. O objetivo da PEC é evitar que os novos pisos sejam questionados na Justiça com o argumento de “vício de iniciativa”.

Segundo a Constituição Federal, projetos de lei sobre aumento da remuneração de servidores públicos só podem ser propostos pelo presidente da República, mas o Projeto de Lei 2564/20 é de autoria do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), o que abriria margem para veto ao novo piso para profissionais do setor público.

De acordo com o projeto, o piso salarial de enfermeiros passará a ser de R$ 4.750,00; o de técnicos de enfermagem, R$ 3.325,00; e o de auxiliares e de parteiras, R$ 2.375,00. Pela PEC, a União, os estados e os municípios terão até o final deste ano para adequar a remuneração dos cargos e os planos de carreira.

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