SAÚDE

Governo atrasa repasse de recursos do SUS a hospitais

Servidores de Sapucaia do Sul estão há dois meses sem salários e não receberam férias ou 13º salário. Estado se comprometeu em pagar outubro até o dia 20 de dezembro e os meses seguintes em janeiro
Publicado em 11 de dezembro de 2017
Após serem barrados por seguranças, dirigentes foram recebidos pelo secretário-adjunto da Saúde

Foto: Inara Claro/ Feessers/ Divulgação

Após serem barrados por seguranças, dirigentes foram recebidos pelo secretário-adjunto da Saúde

Foto: Inara Claro/ Feessers/ Divulgação

Trabalhadores em Saúde do Hospital da Fundação Getúlio Vargas, de Sapucaia do Sul, acompanhados dos presidentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), Claudir Nespolo, da Federação dos Empregado em Estabelecimentos de Saúde (Feessers), Milton Kempfer, e do Sindisaúde do Vale dos Sinos, Andrei Rex, foram surpreendidos por um forte aparato de segurança ao chegarem para uma audiência na Secretaria Estadual de Saúde na manhã desta segunda-feira. Após momentos de tensão e negociação diante da ameaça da vigilância de acionar a tropa de choque da Brigada Militar, a comitiva foi recebida pelo secretário adjunto da Saúde, Francisco Paz, para tratar do atraso nos repasses de recursos do SUS pelo governo estadual. São valores relativos a cirurgias, atendimento clínico, exames, medicamentos e internação, entre outros, que estão em atraso desde outubro. Ao final do encontro, o secretário informou que o estado deverá repassar ao hospital a parcela devida de outubro no dia 20 de dezembro, após o pagamento dos salários dos servidores. Os trabalhadores em saúde do Getúlio Vargas estão há dois meses sem salários, além de não terem recebido 13º e férias.

Kempfer relatou que atrasos já comprometem atendimento em diversos município e comprometem final de ano dos trabalhadores em saúde

Foto: Inara Claro/ Feessers/ Divulgação

Kempfer relatou que atrasos já comprometem atendimento em diversos município e comprometem final de ano dos trabalhadores em saúde

Foto: Inara Claro/ Feessers/ Divulgação

O presidente da Feessers entregou ao secretário um relato sobre os casos mais graves de atrasos e de prejuízos aos trabalhadores em saúde no estado, a exemplo de Sapucaia, Tupaciretã, Soledade, Santana do Livramento. Em Santa Rosa, os servidores da saúde estão em greve há 29 dias. “Estamos vendo a perspectiva de mais um Natal e Ano Novo em que as famílias não terão condições nem para dar um presente às suas crianças, muito menos de fazerem uma pequena ceia”, lamentou Milton Kempfer.

De acordo com o dirigente do Sindisaúde, o hospital de Sapucaia está atrasando até o pagamento de fornecedores, com registros de falta de soro, papel higiênico, seringas, que compromete o atendimento e o serviço prestado à população. Os repasses relativos a novembro e dezembro devem ocorrer somente em janeiro, segundo o secretário da Saúde.

Para o presidente da CUT-RS, “há dinheiro novo entrando nos cofres, mas a saúde não foi priorizada”. Claudir Nespolo avalia que a audiência para pressionar o governo a fazer os repasses devidos à saúde foi positiva, mas criticou a ação dos seguranças que tentavam barrar o acesso ao gabinete. “Demonstra que o governo está com seu aparato orientado a constranger os trabalhadores”.

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