SAÚDE

Sobe para 621 casos de infectados pelo Covid-19 no Brasil

Balanço do Ministério da Saúde divulgado no final da tarde desta quinta-feira, 19, informa que já são sete mortos vítimas da enfermidade
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 19 de março de 2020

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O mais recente balanço do Ministério da Saúde já registra 621 casos de infectados pelo Covid-19 no Brasil e sete mortos vítimas da enfermidade – cinco no estado de São Paulo e dois no Rio de Janeiro. A atualização feita no final da tarde dessa quinta-feira, 19, apontou ainda o crescimento de estados com transmissão comunitária. Até ontem, 18, o país registrava 428 casos confirmados e quatro mortes por Covid-19.

Agora são seis regiões afetadas: o estado de São Paulo, a capital do Rio de Janeiro, o sul de Santa Catarina, Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e o estado de Pernambuco. Transmissão comunitária é quando não há a possibilidade de saber a origem da contaminação.

Todos os falecidos tinham mais de 60 anos e se encontravam no chamado grupo de risco. Especializada no atendimento entre as faixas etárias de 39 anos e acima de 49, a operadora de planos de saúde Prevent Senior confirmou no final dessa manhã que cinco óbitos registrados em sua rede de São Paulo foram decorrentes do novo coronavírus.

Fronteiras fechadas e medidas econômicas

Frente ao avanço do surto da pandemia o governo federal determinou o fechamento das fronteiras terrestres do Brasil com a Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru e Suriname. Até a última terça-feira, 17, o presidente Jair Bolsonaro minimizava a crise e somente a fronteira com a Venezuela fora fechada.

Com o objetivo de ajudar a reduzir o impacto na economia, o ministro da economia Paulo Guedes anunciou medidas como a criação de uma bolsa de R$ 200 para profissionais em situação de vulnerabilidade e “para evitar que empresas fechem ou demitam funcionários em meio à crise” prazos maiores em alguns impostos e tributos

Aumento de casos até junho

Segundo o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, os casos de infecção irão aumentar de forma exponencial até o fim de junho. “Passaremos de 60 a 90 dias de muito estresse e teremos sobrecarga”, disse. Mandetta estima que em julho os casos deverão entrar em recessão.

“Desde que a gente construa a chamada imunidade em mais de 50% das pessoas”, o ministro acredita que em agosto e setembro o cenário deverá estar voltando a patamares menores.

Ainda segundo Mandetta, os números revelados hoje mostram que o crescimento não está ocorrendo de forma localizada, mas no conjunto do país. “Nós estamos no pé da montanha e agora vamos começar a subir”, disse.

O ministro não informou o número de casos de suspeita.

Estados

Os estados tomaram a frente nas medidas para buscar a contenção da Covid-19. Em São Paulo foi recomendado o fechamento de shoppings center e academias da região metropolitana. Aulas nas escolas públicas e privadas também estão sendo suspensas.

O Rio de Janeiro decretou situação de emergência. Foi determinado, entre outras medidas, a suspensão por 15 dias da circulação de ônibus interestaduais cuja origem em estados que estejam com o contágio comunitário do vírus confirmado ou com a situação de emergência decretada, como o caso de São Paulo. O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, cogita ainda o fechamento da ponte-aérea entre Rio e São Paulo.

Santa Catarina também proibiu a circulação de ônibus por duas semanas.

No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite decretou hoje estado de calamidade pública. Ficaram suspensas as viagens por transporte coletivo entre o RS e outros estados e a ocupação máxima de 50% dos assentos dos ônibus em deslocamentos dentro do Estado. O sistema urbano, além disso, deve transportar apenas passageiros sentados, para evitar superlotação.

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