SAÚDE

Rio Grande do Sul registra foco de gripe aviária em aves silvestres

A Estação Ecológica do Taim foi interditada após 36 cisnes terem sido encontrados mortos no local. É o terceiro foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) no país
Da Redação / Publicado em 30 de maio de 2023

Foto: Saulo Cruz/Câmara dos Deputados

Surto de gripe aviária que provocou mortes de cisnes na Reserva do Tapim não afeta condição do estado e do país de território livre de Influenza

Foto: Saulo Cruz/Câmara dos Deputados

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA), confirmou, na segunda-feira, 29, a detecção de foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) em aves silvestres localizadas na Estação Ecológica do Taim, próximo à Lagoa da Mangueira, no município de Santa Vitória do Palmar. A reserva do Taim foi interditada após 36 cisnes terem sido encontrados mortos no local.

É o primeiro caso no Rio Grande do Sul desde a chegada do vírus na América do Sul e no Brasil.

A Seapi reforça que a infecção pelo vírus da gripe aviária em aves silvestres não afeta a condição do estado e do país como livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), não impactando o comércio de produtos avícolas. Não há risco no consumo de carne e ovos, porque a doença não é transmitida por meio do consumo.

O vírus foi identificado em aves silvestres da espécie Cygnus melancoryphus, conhecida como cisne-de-pescoço-preto. A notificação de animais mortos ou doentes foi atendida pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO) e as amostras colhidas foram enviadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas (LFDA-SP), unidade referência da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), que confirmaram a doença.

A influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta, principalmente, aves silvestres e domésticas. As medidas e procedimentos previstos no Plano de Contingência para Influenza Aviária continuam sendo aplicados pelo SVO incluindo o estabelecimento das zonas de proteção e vigilância.

Cinco equipes de vigilância da Secretaria atuam na região. Até o momento foram visitadas 74 propriedades rurais, localizadas no raio de 10 km do local, para investigação clínica e epidemiológica, além de orientações à população da área e sensibilização para a notificação de suspeitas em aves domésticas. Nenhum caso suspeito em aves domésticas foi detectado. Essas ações visam limitar a ocorrência e evitar a disseminação da doença para outras áreas.

“A vigilância sanitária animal está estruturada e conta com servidores capacitados e comprometidos, realizando suas ações conforme os protocolos sanitários vigentes. Isso compreende uma averiguação em toda a área de vigilância onde os focos foram localizados, para monitorar e encontrar novas aves que possam estar contaminadas, bem como vigilância e atendimento a notificações de suspeitas nas demais regiões do Estado. Também reforçamos o alerta ao setor produtivo avícola do Estado para que sejam reforçadas todas as medidas de biosseguridade das granjas”, afirma a diretora do DDA, Rosane Collares.

Terceiro foco

Em nota divulgada nesta terça-feira, 30, o Ministério da Saúde (MS) confirmou o primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) na ESTAÇÃO Ecológica do Taim e informou que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) redobrou os esforços de monitoramento das unidades de conservação do país, sobreturo naquelas onde há concentração de aves aquáticas ou migratórias.

“A situação e o grau de risco serão avaliados caso a caso e o ICMBio poderá interromper temporariamente as atividades de visitação e pesquisa em áreas de risco ou onde forem encontradas aves com suspeita de infecção por Influenza Aviária de Alta Patogenicidade”, informa o comunicado.

Até o momento, foram confirmados três focos da doença no Brasil, em municípios do Espírito Santo, Rio de Janeiro e, mais recentemente, RS, onde as equipes do ICMBio, Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e Superintendência Federal de Agricultura (SFA/RS) vêm trabalhando para conter a disseminação do vírus.

Notificação à Seapi

A Seapi intensificou as ações de vigilância ativa e passiva visando a detecção precoce de uma potencial introdução de IAAP. De janeiro a maio deste ano, foram realizadas 2.295 ações de vigilância ativa no Rio Grande do Sul, com observação de 1,82 milhões de aves. No mesmo período, a secretaria contabiliza 1.680 ações de educação sanitária sobre a enfermidade, atingindo um público estimado de 949 mil pessoas.

Todas as suspeitas de influenza aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura através da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou através do Whatsapp (51) 98445-2033.

Comentários