SAÚDE

Brasil registra 76,7% de suspeita de dengue nas Américas

Enfermidade já é endêmica em 100 países dos mais variados continentes: cresceu 73% em relação à média dos últimos cinco anos no Brasil
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 24 de julho de 2023

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Agentes de vigilância em saúde fiscalizam e orientam moradores sobre focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, em Perdizes

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Brasil é o mais afetado pelo novo surto de dengue nas Américas. São mais de 1 milhão de casos confirmados entre 2,3 milhões de ocorrências suspeitas, e diante de cerca de 3 milhões contabilizadas no continente até o fim de junho. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A taxa de letalidade da doença preocupa. Foram 1.302 óbitos na região no mesmo período. No Brasil, foram identificadas 769 vítimas fatais.

O surto deste ano nas Américas supera o total de casos notificados em 2022, que foi de 2,8 milhões. Depois do Brasil, Peru e Bolívia são os países que mais registraram casos.

No total, 1,3 milhão foram confirmados em laboratório. Classificadas como dengue grave, 3,9 mil ocorrências. Dessas, 1,2 mil em solo brasileiro.

No país, houve um aumento de 13% em comparação com o mesmo período do ano passado e de 73% em relação à média dos últimos cinco anos.

Transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, a dengue passou a ser considerada endêmica em mais de 100 países.

De acordo com a OMS, a enfermidade teve um crescimento significativo nas últimas duas décadas, passando de meio milhão em 2000 para mais de 4,2 milhões em 2022 em todo o mundo.

Vacina japonesa

Foto: Divulgação

Vacina japonesa contra a dengue teve registro aprovado pela Anvisa

Foto: Divulgação

Em março deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovou o registro da vacina japonesa Qdenga para a prevenção da dengue.

Ela é destinada à população pediátrica acima de quatro anos, adolescentes e adultos até 60 anos de idade e só está disponível em laboratórios particulares. Os preços variam entre R$ 350 e R$ 500.

Fora de um contexto de emergência, a incorporação da vacina à rede pública é mais demorada.

O primeiro passo para chegar ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) é o parecer favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).

Responsável pelo desenvolvimento da Qdenga, a farmacêutica Takeda informou que vai submeter seu produto à comissão ainda neste mês.

Depois da análise, a decisão final é do Ministério da Saúde, responsável por negociar a aquisição de doses para a cobertura da população brasileira.

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