SAÚDE

Secretaria da Saúde registra alta no número de doadores de órgãos em São Paulo

Crescimento da doação de órgãos é 10% maior em relação ao ano passado, com alta acentuada em agosto por campanhas de conscientização
Da Redação / Publicado em 31 de agosto de 2023
Secretaria da Saúde registra alta no número de doadores de órgãos em São Paulo

Foto: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu

Secretaria da Saúde registra alta no número de doadores de órgãos em São Paulo

Foto: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) registrou, por meio da sua Central de Transplantes, um aumento de mais de 10% no número de doadores de órgãos no estado de São Paulo no período de janeiro a agosto em comparação com o mesmo período do ano passado.

Foram 696 doadores em comparação com 631 em 2022.

Com a constante campanha da área, para estimular doações, impulsionada por atenção dada a casos de grande repercussão na mídia, houve 28 novos doadores na semana entre 20 e 26 de agosto, um aumento de 86% em relação aos 15 doadores registrados na mesma semana de 2022.

O número de transplantes de coração registrado até julho deste ano foi maior do que os números no mesmo período dos cinco anos anteriores.

Em 2018 foram realizados 64 procedimentos, seguidos por 74 em 2019, 67 em 2020 e 73 em 2021 e 2022. Em 2023, foram 75 nos sete primeiros meses do ano.

Ao todo, foram realizados 5.077 transplantes de coração, fígado, pâncreas, pulmão, rins e córneas no estado de São Paulo, o que representa um aumento de 10,5% em relação a 2022, quando foram feitos 4.592 procedimentos. É praticamente a mesma proporção de crescimento observada no número de doadores.

A doação de órgãos deve ser consentida e quem quiser ser doador não precisa mais incluir a informação no RG ou na CNH – basta comunicar a família sobre esse desejo.

Quando comprovada a morte encefálica pelas equipes de transplantes de órgãos dos hospitais, a autorização para doação deve ser dada por familiares com até o 2º grau de parentesco. No estado, as não autorizações da família caíram de 41% para 38,6%.

A doação entre vivos só ocorre se não houver nenhum problema de saúde para a pessoa que está doando.

Conforme diretrizes do SUS, pessoas com diagnóstico de covid-19 com menos de 28 dias da regressão completa dos sintomas não podem ser doadores.

Procedimento inédito salva paciente com insuficiência cardíaca

A equipe de Cardiologia Clínica e Cardiologia Intervencionista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) tratou uma insuficiência cardíaca em um paciente jovem, causada por uma condição chamada Cardiomiopatia Hipertrófica, de forma inédita na instituição.

O procedimento, chamado embolização septal interventricular, foi realizado com sucesso no Serviço de Hemodinâmica do Hospital. O paciente teve alta e se recupera bem.

Considerada rara, a Cardiomiopatia Hipertrófica causa o crescimento desproporcional do septo intraventricular, musculatura que divide os ventrículos do coração, dificultando o bombeamento do sangue.

“Essa condição causa sintomas limitantes para o paciente, pois a cada contração, a saída do sangue que é distribuído ao corpo é obstruída. Cansaço, dores no peito, falta de ar e limitação das atividades diárias são alguns dos seus sintomas mais comuns”, explica Dr. Fabio Cardoso de Carvalho, chefe do Serviço de Hemodinâmica do HCFMB.

Com o diagnóstico identificado através de um ecocardiograma, a equipe optou pela embolização septal com ônix, uma técnica nova, inovadora e até então realizada duas vezes no Brasil: uma no Espírito Santo, em 2021; e no Rio Grande do Sul, em 2022.

O procedimento provoca uma espécie de “infarto planejado e controlado” do músculo. “Através de um microcateter, injetamos a substância chamada ônix, uma cola especial que provoca uma oclusão do ramo septal de forma mais controlada, reestabelecendo o fluxo normal do sangue”, afirma.

O uso do ônix vem se tornando uma alternativa ao uso do álcool, que era a forma tradicional de realizar a embolização. Além de minimamente invasivo, a técnica traz menos riscos ao paciente, além de uma recuperação mais rápida.

A realização do procedimento foi viabilizada pelo Serviço de Cardiologia Clínica e Cardiologia Intervencionista do Serviço de Hemodinâmica e equipe multiprofissional do HCFMB. “Além de felizes, estamos muito orgulhosos pelo resultado do procedimento, e trabalhamos para que mais pacientes tenham acesso a esse tipo de tratamento”, finaliza Fábio.

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