SAÚDE

Apenas 38% da população idosa está imunizada contra covid-19 no RS

Ministério da Saúde antecipa vacina ambivalente para pessoas com mais de 60 anos – que representam 80% das mortes por covid-19 no estado
Por Gilson Camargo / Publicado em 8 de dezembro de 2023
Apenas 38% da população idosa está imunizada contra covid-19 no RS

Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

No RS, apenas 840 mil das 2,2 milhões de pessoas com mais de 60 anos estão imunizadas contra variantes da covid-19

Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

O Ministério da Saúde divulgou nova recomendação de segunda dose com a vacina bivalente contra a covid-19 para pessoas com 60 anos ou mais e imunocomprometidos acima de 12 anos de idade que tenham recebido a última dose do imunizante há mais de seis meses.

No Rio Grande do Sul, apenas 38% dos idosos receberam até agora a dose ambivalente da vacina anticovid. Esse percentual representa 840 mil pessoas de um universo de 2,2 milhões de idosos gaúchos.

Em novembro, a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul (SESRS) informou um aumento na hospitalização por covid-19, sendo que dois em cada três pacientes tinham mais de 60 anos. Em um período de dez semanas encerrado no dia 20 de novembro, oito em cada dez óbitos provocados por covid-19 eram dessa faixa etária.

Segundo dados do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), os idosos representaram 66% das hospitalizações por covid-19 e 82% dos óbitos no recorte entre as semanas 37 e 46 do ano (de 10/9 a 18/11).

“As pessoas com 60 anos ou mais continuam a ser o grupo preferencial de contaminação pelas variantes do coronavírus. Por isso é tão importante manter a vacina em dia, como essa recomendação emitida pelo Ministério da Saúde”, ressalta o virologista da Universidade Feevale e coordenador da Rede Corona-Ômica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Fernando Spilki.

“Ainda não temos detecção dessas novas variantes, mas, como sempre, é uma questão de tempo”, alerta.

“Seguimos atentos ao cenário epidemiológico da covid-19. Com a identificação de duas novas sublinhagens no país, a JN.1 e JG.3, decidimos antecipar para grupos prioritários uma nova dose da vacina bivalente. A vacinação é essencial para nossa proteção”, anunciou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

“Sempre trabalhamos para que estejam disponíveis as vacinas mais atualizadas, seguras e eficazes aprovadas pela Anvisa. Em especial para pessoas em grupos de risco ou com sintomas gripais, recomenda-se maior proteção, como o uso de máscara em locais fechados e evitar aglomerações”, disse Nísia.

Variantes

Após a publicação da Nota Técnica do Ministério da Saúde, a SESRS emitiu um alerta às coordenadorias regionais e os municípios. A orientação é no sentido de ampliar as coberturas vacinais da população mais propensa a desenvolver formas graves em caso de infecção pelo coronavírus.

A decisão do ministério é uma estratégia preventiva após a identificação de duas novas sublinhagens (a JN.1 e a JG.3) de uma variante do coronavírus no Brasil, inicialmente nos estados do Ceará, de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Goiás.

Para pessoas que ainda não tomaram a primeira dose com a bivalente, a orientação é a mesma que vem sendo reiterada pelas autoridades de saúde: a vacina segue recomendada para todas as pessoas acima de 18 anos, desde que no mínimo quatro meses após a última dose.

Idosos sem vacina

No RS, até o momento, apenas 38% dos idosos receberam a dose bivalente. Isso representa somente cerca de 840 mil em uma população total estimada em mais de 2,2 milhões de pessoas. Dessas, a maioria recebeu a vacina há mais de seis meses, já que a dose começou a ser disponibilizada em fevereiro.

Para demais idades, permanecem as orientações da vacina disponível para toda a população elegível acima de seis meses de idade, de acordo com o Informe Técnico Operacional de Vacinação contra covid-19.

A SESRS informou que seguirá realizando as distribuições de doses aos municípios de forma regular, conforme os envios do Ministério da Saúde e as quantidades demandadas pelas prefeituras.

Tratamento

Está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) o primeiro medicamento para tratamento a pacientes com quadro leves a moderados da covid-19.

Trata-se de uma associação dos antivirais Nirmatrelvir e Ritonavir. A indicação é para pessoas com mais de 65 anos ou imunocomprometidos com mais de 18 anos.

O medicamento visa reduzir o risco de internações, complicações e mortes pela covid-19. A definição quanto ao seu uso cabe ao médico, conforme avaliação no momento do atendimento.

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