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Quadrilha exportava ouro ilegal para a Itália

Quadrilha vendeu 1,5 tonelada em 2019. Esquema evolvia brasileiros, estrangeiros e mineradoras que compraram ouro ilegal na Amazônia
Da Redação / Publicado em 13 de junho de 2022

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Quadrilha exportava ouro ilegal para a Itália

Foto: Paulo de Tarso Moreira Oliveira/MPF

A quadrilha comprava ouro ilícito, proveniente de garimpos ilegais no sul do Pará e no norte do Mato Grosso e exportava para a Itália

Foto: Paulo de Tarso Moreira Oliveira/MPF

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 13 pessoas envolvidas na comercialização de ouro extraído ilegalmente de garimpos na Amazônia e exportado para a Itália. Os crimes praticados foram de organização criminosa (art. 2º da Lei 12.850/2013), receptação qualificada (art. 180, §1º e §6º, do Código Penal), extração/transporte/comercialização de ouro sem título minerário (art. 2º da Lei 8.176/1991) e sem licenciamento ambiental (art. 55 da Lei nº 9.605/98), falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal) e lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei 9.613/1998).

Segunda a denúncia, da última quinta-feira , 9, a organização criminosa era liderada por Bruno Cezar Cecchini, composta ainda por Luiz Alberto Madruga Vargas, Julia Leao Cecchini, Bruna Layane Carvalho Cecchini, Adriano Aguiar de Castro, José Celso Rodrigues Silva, Creudevaldo Birtche (vulgo “tucura”), Willian Ribeiro (vulgo “Cowboy”), Wilson Ribeiro Filho, além dos italianos  Giacomo Dogi e Mauro Dogi. Por meio da empresa RJR Minas Export Ltda, o grupo comprava ouro ilícito, proveniente de garimpos ilegais no sul do Pará e no norte do Mato Grosso. O metal era adquirido de garimpeiros ilegais.

Quadrilha camuflava origem do ouro

Para camuflar a origem ilícita do ouro, a organização criminosa indicava que a lavra teria ocorrido na área do título minerário regular (nº 862.319/1980), localizado no município de Colniza (MT), pertencente à empresa New Stone Mineração Ltda, o que se provou falso. Peritos foram ao local e confirmaram que lavra estava inativa. Posteriormente, o ouro era revendido para a empresa CHM do Brasil Metais Ltda, de propriedade e administração dos italianos Giacomo Dogi e Mauro Dogi, que o exportava para a Itália como se fosse lícito.

Uma tonelada e meia de outo em um ano

Para se ter uma ideia do tamanho do esquema criminoso, só no ano de 2019, a organização criminosa comercializou mais de 1,5 tonelada de ouro usurpado da União, cujo valor seria, de acordo com a cotação atual, superior R$ 440 milhões.

O esquema criminoso foi desmantelado com a prisão, em junho de 2019, de dois funcionários da empresa RJR Minas Export Ltda. Eles foram flagrados no Aeroporto de Goiânia transportando mais de 110 quilos de ouro com notas fiscais falsas, escondidos em compartimento abaixo dos bancos de uma aeronave.

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