CULTURA

Sinfonia Suja traz hip hop ao Ecarta Musical

A primeira apresentação de 2023 da programação ocorre no dia 14 de janeiro, às 18h, com um espetáculo inédito do trio formado pelos MCs Zonézio, Fiapo Soldado e DJ Canini
Por Douglas Glier Schütz / Publicado em 5 de janeiro de 2023
O projeto Sinfonia Suja completou um ano em dezembro de 2022

Foto: Eloisa Batista

Os artistas apresentarão 16 trabalhos, misturando suas artes.

Foto: Eloisa Batista

Combinando o perfil criativo de três artistas, o Ecarta Musical abre a programação de janeiro, no dia 14, com o espetáculo Sinfonia Suja. Os MCs Fiapo Soldado (Fernando de Souza Cidade), Zonézio (Rodolfo Idiarte) e o DJ Canini (Gustavo Petersen Canini) apresentam um set de 16 trabalhos misturando suas artes.

A apresentação ocorre na Fundação Ecarta, às 18h, com transmissão ao vivo pela canal da Fundação Ecarta no Youtube.

O projeto dos artistas, que completou um ano em dezembro de 2022, nasceu da necessidade de democratizar o acesso e integrar o que se produz culturalmente com o centro da cidade. O grupo traz uma mostra dessa expressão cultural que traduz sentimentos e circunstâncias de populações que enfrentam adversidades e vulnerabilidade social.

Linguagem plural

O hip hop emergiu em meados da década de 1970 nos subúrbios negros e latinos de Nova Iorque. Estas áreas enfrentavam diversos problemas de ordem social como pobreza, violência, racismo, tráfico de drogas, carência de infraestrutura e educação.

Conhecido mundialmente como uma corrente musical baseada em rimas declamadas em grande velocidade sobre uma base rítmica, o movimento hip hop engloba quatro manifestações artísticas: DJ (disc-jockey), MC (mestre de cerimônias), breakdance e grafite. O MC interpreta o gênero musical conhecido como rap e o DJ cria e reproduz pistas musicais numa mesa de mixagem.

No Brasil, o movimento surgiu nos anos 1980 em São Paulo, dos encontros na rua 24 de Maio e no Metrô São Bento, de onde saíram artistas como Thaíde, DJ Hum, Racionais MC’s e Rappin Hood. Antes exclusivas das periferias, o funk e o rap têm, cada vez mais, ocupado palcos nos grandes centros urbanos.

Foto: Ana Isah

Os três artistas se apresentaram em diversos espaços nacionais e internacionais, entregando expressão cultural e democratizando o acesso da periferia

Foto: Ana Isah

Trajetórias

DJ Canini – Gustavo Petersen Canini: Nascido em 1982, o morador do Bairro Floresta, zona norte de Porto Alegre, aprendeu a arte dos toca discos no ano 2000, quando frequentou as oficinas de Rap do DJ Deeley, do Da Guedes.

Ex-integrante dos grupos Intuição de Rua, 288 e Família Sarará, já se apresentou diversas vezes na capital, interior e litoral. Em 2021, fez uma participação especial na canção Social Distancing, da cantora Masia One, de Singapura

MC Fiapo Soldado, Fernando de Souza Cidade, está na produção do seu quinto EP/CD. Nasceu em 1988 e começou a cantar e compor em 2005, integrando alguns grupos.

Já cantou em eventos como: Jogos de Verão da Alvo – Associação Cultural, Semana do Hip Hop de Esteio, Alvorada é só Rap, Cohab é só Rap, Alvo nas Escolas, Hip-Hop Adverte, Underground Garage Festival, entre outros.

MC Zonézio, Rodolfo Idiarte, mora em Alvorada, tem 3 EPs lançados, um deles em parceria com Fiapo. Iniciou como compositor em 2004 e a seguir como “beatmaker”, fazendo suas próprias batidas.

Fundou o grupo Subversos, ao lado de outros MC’s, onde continua atuando. Integra o coletivo South Crew, que divulga a cultura “Sound System” no sul do Brasil. Se apresentou em diversos espaços da Região Metropolitana de Porto Alegre e também em Buenos Aires.

SERVIÇO

Sinfonia Suja – MCs Zonézio, Fiapo Soldado e DJ Canini
Quando: 14 de janeiro de 2023, 18 horas
Onde: Fundação Ecarta – Avenida João Pessoa, 943 – Entrada franca e transmissão ao vivo pelo canal da Fundação Ecarta no Youtube
Repertório: Sempre Sonhei (Remix), Equilíbrio, Qual Remédio Vai Curar, Andei e Esse é o Preço – de Fiapo e Zonézio; De Perto Passa Longe, Dar na Vista, Ego Genial e Evolusom – de Fiapo; Back In The Time, Breakdown e Ninja Turtle Scratch – de Canini; Ruas do Silêncio, Inverdades e Hip Hop – de Zonézio; e Uma fala sobre o hip hop e uma poesia declamada chamada de Campo de bolsovits, à capela.

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*Douglas Glier Schütz é estagiário de jornalismo. Matéria elaborada com supervisão de Valéria Ochoa, editor.

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