EDUCAÇÃO

Vacinação de trabalhadores da educação no RS depende de remessas de doses pelo governo federal

Depois do prefeito da capital, governador gaúcho pega carona na nota técnica do Ministério da Saúde que determina prioridade à imunização de professores
Por Gilson Camargo / Publicado em 28 de maio de 2021
Após sucessivas derrotas para sindicatos no judiciário, Leite anunciou novo sistema de monitoramento da pandemia no RS, no dia 14 e forçou reabertura das escolas

Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

Após sucessivas derrotas para sindicatos no judiciário, Leite anunciou novo sistema de monitoramento da pandemia no RS, no dia 14 e forçou reabertura das escolas

Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

Após a divulgação da nota técnica emitida nesta sexta-feira, 28, pelo Ministério da Saúde (MS) com orientações sobre a continuidade da vacinação contra a covid-19, o governo do estado anunciou que incluirá os trabalhadores da educação de todo o Rio Grande do Sul no planejamento de vacinas da próxima remessa a ser recebida do governo federal e distribuída para os estados. Como o estado ainda não recebeu essas remessas, o governo ainda não definiu uma data para iniciar a imunização de professores e demais trabalhadores da educação.

Pela manhã, também valendo-se da nota técnica do MS, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), já havia anunciado a vacinação dos trabalhadores do ensino na rede municipal, porém com um cronograma definido, já que há estoques excedentes de vacinas dos grupos prioritários para dar início à imunização nas escolas e creches conveniadas.

O governador Eduardo Leite (PSDB) destacou que o estado vinha há muitas semanas buscando, junto ao governo federal e até na Justiça, incluir com prioridade os profissionais envolvidos nas atividades de ensino no cronograma de imunização.

O governo gaúcho mudou o sistema de classificação do risco de contágio por covid-19 após ser derrotado no judiciário, que determinara a suspensão das aulas presenciais na bandeira preta, atendendo a ações civis públicas dos sindicatos de professores e entidade de pais e alunos.

Após sucessivas derrotas no judiciário, Leite forçou a reabertura das escolas no dia 3 de maio por meio da extinção do sistema de bandeiras. Desde então, o estado vem registrando um aumento significativo no número de infectados e óbitos e crescente ocupação de UTIs na rede hospitalar pública.

No final de maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) irá se manifestar sobre a prioridade da vacinação dos professores em todo o país.

Creche e pré-escola

“Queremos escolas abertas, funcionando, com protocolos e todos os cuidados necessários, para cuidar das crianças enquanto os pais estão trabalhando, para dar a essas crianças e jovens os estímulos fundamentais para que se desenvolvam em seu pleno potencial. E queremos fazer isso com cuidado com as crianças, com cuidado de professores e trabalhadores da educação, que são patrimônio importante para nosso Estado”, afirmou Leite ao anunciar a intenção de vacinar os trabalhadores da educação.

“O Rio Grande do Sul é sempre um dos estados que mais vacina no Brasil. Temos ficado sempre no topo do ranking, às vezes oscilando posições, mas nunca deixou de estar entre os três Estados que mais vacinam, tanto na primeira quanto na segunda dose. Nosso compromisso é, o mais rápido possível, ter os trabalhadores da educação imunizados, acreditamos que já nas primeiras semanas de junho, para que possamos ter a tranquilidade e o ensino funcionando para todos aqui no Rio Grande”, exaltou.

No estado, há cerca de 217 mil trabalhadores ligados à educação, dos quais, segundo levantamento da Secretaria da Saúde, aproximadamente 20 mil já foram imunizados por iniciativa dos municípios.

Entre aqueles que ainda estão aguardando, serão priorizados os profissionais de creches e pré-escolas, de forma concomitante com os outros grupos prioritários da lista, ou seja, pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas com comorbidades, deficientes, pessoas em situação de rua e população privada de liberdade.

O documento do MS informa que “serão enviados percentuais do total de doses para o seguimento do ordenamento dos grupos pré-definidos e em paralelo serão enviados quantitativos para o início da vacinação dos trabalhadores da educação”.

A nota esclarece ainda que, após a finalização dos grupos de comorbidades, pessoas em situação de rua, funcionários e pessoas do sistema penal e trabalhadores de educação, a lista de prioridades deve continuar sendo seguida, com o acréscimo, de forma concomitante, da vacinação por idade da população em geral (59 a 18 anos).

“Assim que conseguirmos contemplar todos esses grupos prioritários no Estado, especialmente os profissionais envolvidos na educação, o que nos possibilitará um retorno mais seguro das aulas presenciais, iremos avançando por idade para a população em geral. Estamos na expectativa de um novo lote de doses nas próximas semanas, que nos permita seguir na imunização de forma mais rápida”, explicou a secretária da Saúde, Arita Bergmann.

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