EDUCAÇÃO

Presidente do Inep é substituído a quatro meses da prova do Enem

Após gestão marcada por escândalos, demissões de servidores e interferência política nas provas, Danilo Dupas é substituído por servidor de carreira do Inep
Por Gilson Camargo / Publicado em 27 de julho de 2022

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

Servidor de carreira do Inep, Sampaio assume a autarquia em 1º de agosto, a quatro meses da prova do Enem

Foto: José Cruz/Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta quarta-feira, 27, que Danilo Dupas deixará a presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Dupas será substituído interinamente a partir de 1º de agosto, a quatro meses da realização da prova do Enem, por Carlos Eduardo Moreno Sampaio. O novo presidente ocupava até agora a direção de Estatísticas Educacionais da autarquia. Servidor de carreira do Inep, Sampaio é mestre em Estatística e doutorando em Educação atualmente.

Será o sexto nome a dirigir o Inep no governo de Jair Bolsonaro (PL).

A troca foi anunciada em redes sociais pelo ministro da Educação Victor Godoy. Segundo ele, Dupas deixa o governo “por motivos pessoais e a pedido”.

Intervenção no Inep

Foto: Assinep/ Arquivo

Em novembro de 2021, servidores do Inep pediram demissão após intervenção do governo, que censurou questões do Enem

Foto: Assinep/ Arquivo

A autarquia do MEC responde pela elaboração e aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), entre outros.

A prova do Enem deste ano será realizada nos dias 13 e 20 de novembro.

A gestão de Dupas, que substituiu Alexandre Lopes, exonerado do cargo em fevereiro de 2021, foi marcada por escândalos, trapalhadas e demissões de servidores.

Mais de 30 funcionários deixaram o Inep antes da aplicação do Enem 2021, alegando que havia “fragilidade técnica e administrativa” da gestão máxima do órgão à época.

Depois que Bolsonaro admitiu publicamente que o Enem passaria a ter “a cara do governo”, numa afronta ao crivo técnico e ao sigilo adotados na elaboração da prova, o Ministério da Educação foi questionado na Câmara dos Deputados sobre interferências no exame.

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