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Moro é contratado por empresa americana administradora judicial da Odebrecht

Apesar de justificar que sua nova função não é de advocacia e que nem atuará em casos de potencial conflito de interesses, o ex-juiz é duramente criticado
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 30 de novembro de 2020

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Sergio Moro: nem advogado, nem juiz, sócio-diretor

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A consultoria norte americana Alvarez & Marsal anunciou nesse domingo, 29, a contratação do ex-ministro da Justiça do Brasil, Sérgio Moro, como seu sócio-diretor para a área de Disputas e Investigações.

A nota da empresa que é a administradora judicial da Odebrecht, organização investigada pela operação Lava Jato e que teve vários de seus executivos condenados pelo ex-juiz, caiu como uma bomba nas redes sociais.

“Nova maneira de ficar rico: quebrar uma empresa e depois ser contratado para a sua recuperação judicial” diz o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) em um post publicado em sua página no Twitter.

O  Partido dos Trabalhadores (PT), um dos alvos principais da atuação do ex-ministro e dos procuradores responsáveis pela operação Lava Jato em Curitiba, aponta o que chama de um enorme escândalo. “Nada mais promíscuo no mercado do que contratar um agente público, ex-juiz federal, para mostrar o caminho das pedras no enfrentamento de empresas com a Justiça brasileira”, disse o partido em seu site.

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Ciro Gomes critica Moro

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“Mais uma vez, Moro fica sob a luz difusa do abajur lilás com discursos de integridade e anticorrupção. O povo brasileiro está atento!”, escreveu Ciro Gomes (PDT).

O QUE DIZ SERGIO MORO – Em sua página no Twitter, o ex-juiz anunciou: “Ingresso nos quadros da renomada empresa de consultoria internacional Alvarez&Marsal para ajudar as empresas a fazer coisa certa, com políticas de integridade e anticorrupção. Não é advocacia, nem atuarei em casos de potencial conflito de interesses”.

Os questionamentos a Moro ultrapassaram as fronteiras do Brasil. Fragmento de um post do jornalista espanhol Thiago Ferrer Morini diz com ironia “é mais um dos excessos da ética do ex-instrutor da ‘Lava Jato’”.

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