JUSTIÇA

Coletiva de Rosa Weber decepciona

A uma semana das eleições, a presidente do TSE restringiu-se a defender a lisura do processo eleitoral e a afirmar que abusos nas campanhas serão investigados
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 21 de outubro de 2018

José Cruz/Agência Brasil

Participaram da coletiva, o ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann; o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Sergio Etchegoyen, a ministra da Advocacia-Geral da União, Grace Mendonça, o vice-procurador-geral eleitoral Humberto Jacques, o diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Elzio Vicente da Silva, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia.

José Cruz/Agência Brasil

Uma coletiva com mais perguntas do que respostas marcou nesse domingo, 21, o que deveria ser o momento esperado pela imprensa nacional e internacional para informar a sociedade sobre os passos que as instituições brasileiras estão dando frente a grave denúncia, publicada pelo jornal Folha de São Paulo na semana, de abuso eleitoral e envolvimento de empresários no apoio financeiro a Bolsonaro para a disseminação de conteúdos via WhatsApp contra o PT.

Apesar do peso das autoridades à mesa além da própria presidente do TSE, Rosa Weber, as respostas foram abaixo do esperado, como o exemplo, da primeira pergunta sobre a ameaça de fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo filho do candidato Jair Bolsonaro (PSL), o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro viralizada nas redes sociais. “Eu tive conhecimento inclusive que a manifestação foi desautorizada pelo candidato e embora não sendo presidente do STF digo que no Brasil as instituições estão funcionando normalmente. E juiz algum que honra a toga se deixa abalar por qualquer manifestação que pode ser compreendida como inadequada”.

Foto: Divulgação

Leonardo Isaac Yarochewsky, advogado criminalista

Foto: Divulgação

Inconformado com o que ouviu, o doutor em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Leonardo Isaac Yarochewsky, desabafou: “Quando juízes fazem ‘ouvidos moucos’ diante de ofensas às instituições e à democracia é difícil não perder as esperanças”. Yarochewsky trata como um absurdo o fato de Rosa Weber ter nem ao mínimo criticado o que Eduardo Bolsonaro disse no vídeo, que se quisessem impugnar a candidatura de seu pai teria que pagar para ver e bastaria um só soldado e um cabo para fechar a suprema corte brasileira. “A ameaça de Eduardo Bolsonaro de fechar o STF é uma ameaça à própria democracia. Urge que as instituições democráticas reajam contra a marcha fascista e os tanques. O risco de uma ditadura é real. Somente um candidato que represente a democracia poderá deter a barbárie”, afirma fortemente indignado.

Na coletiva, estavam ainda à disposição da imprensa o ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann; o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Sergio Etchegoyen, a ministra da Advocacia-Geral da União, Grace Mendonça, o vice-procurador-geral eleitoral Humberto Jacques, o diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Elzio Vicente da Silva, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia.

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