JUSTIÇA

Em dois dias, polícia registra sete possíveis ataques a escolas em SP

Depois que adolescente invadiu escola e matou professora a facadas, polícia registra enxurrada de denúncias de ameaças e alunos portando facas e simulacros de armas
Da Redação / Publicado em 28 de março de 2023

Foto: SSP/ Divulgação

Secretaria da Saúde fará acompanhamento psicológico de estudantes, professores e funcionários da Escola Estadual Thomazia Montoro que presenciaram o ataque que resultou na morte de uma professora. Crime desencadeou a ameaças de novos ataques

Foto: SSP/ Divulgação

A Polícia Civil registrou, no período de segunda-feira, 27, e terça-feira, 28, sete boletins de ocorrência envolvendo planos de adolescentes em relação a ataques em ambiente escolar.

Nenhum caso registrado pela polícia teve violência consumada ou feridos. A maioria é de ameaças, porte de facas e simulacros de armas.

A suspeita é de que a ampla repercussão do ataque ocorrido na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sonia, em São Paulo, no qual uma professora morreu e cinco pessoas ficaram feridas, esteja motivando esses adolescentes.

As ocorrências são da área do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro). São relativos ao crime de ameaça e apreensões de objetos, como facas e simulacros de armas de fogo.

Na cidade de São Paulo, um adolescente do 9º ano do Ensino Fundamental foi armado ao colégio. A ocorrência chegou à polícia via Disque Denúncia.

Em Itapecerica da Serra, uma mãe relatou que o filho foi ameaçado por outro estudante em uma escola. O adolescente teria feito promessas de um ataque similar ao da Vila Sônia.

Em outra ocorrência, policiais militares foram informados de que um aluno estava próximo da escola com uma arma. Ele foi encontrado com amigos e todos foram indagados sobre a arma. Um deles disse que a arma estava com ele e em seguida exibiu um simulacro.

Em Santo André, um aluno ameaçou a professora durante a aula dizendo que os professores deveriam ser esfaqueados, como o caso da professora da escola da Vila Sônia, e que ele faria o mesmo no próximo dia.

Já em São Bernardo do Campo, policiais militares foram informados pela vice-diretora da escola de que havia um aluno portando pequeno punhal em sala de aula e então abordaram o aluno.

Ele disse que iria mostrar a arma aos colegas, sem ter ameaçado ninguém, mas relatou que vinha sofrendo ofensas homofóbicas e adquirira o punhal para se sentir mais seguro.

Ainda em Santo André, na Região do ABC, o coordenador de uma escola não autorizou entrada de um aluno pelo fato de outros alunos terem dito que ele estaria armado e que dias antes havia brigado com outro colega e dito que iria matá-lo. Foi constatado que a arma se trata de um simulacro.

O sexto registro também foi em Santo André, onde uma criança de 11 anos estava portando um simulacro de arma de fogo no interior da escola.

Diante desses registros, o secretário da Segurança Pública pediu que o compartilhamento e publicações de imagens do ataque na escola da Vila Sônia cessem.

“Nós estamos trabalhando para identificar e coibir possíveis casos, porque esse é o papel do Estado. Entretanto, peço que cada um reveja a sua responsabilidade enquanto sociedade. Que a imprensa não reproduza exaustivamente as imagens das agressões e que a população não compartilhe em redes sociais. O efeito contágio é uma realidade e está demonstrando na prática o que acontece quando um caso é divulgado exaustivamente dessa maneira”, reforça Guilherme Derrite.

Em depoimento, o menor que matou a professora e feriu outras cinco pessoas afirmou que se pautava nos exemplos midiáticos para planejar a ação. ataques, ataques, ataques, ataques, ataques, ataques

Comentários