JUSTIÇA

Caso Marielle: ex-bombeiro será transferido para presídio federal

Ex-sargento do Corpo de Bombeiros envolvido no duplo homicídio foi preso após delação premiada de miliciano que está preso no Mato Grosso do Sul
Da Redação / Publicado em 25 de julho de 2023

Fotos: Reproduções

Ex-sargento dos Bombeiros que desmanchou carro usado no crime e descartou armas irá para presídio federal

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A Justiça do Rio de Janeiro determinou a prisão preventiva do ex-sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa por suspeita de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Corrêa, preso na segunda-feira, 24, pela Polícia Federal deverá ser transferido a um presídio federal.

A decisão do juízo da 4ª Vara Criminal da Capital informa que as provas apresentadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) apontam a ligação do ex-bombeiro com o caso, antes, durante e depois dos assassinatos.

Na decisão, o juiz determino ainda que o preso seja transferido para um presídio de segurança máxima fora do estado, uma vez que ele representa risco às investigações. Até a transferência, determinou a Justiça, ele deverá ficar no presídio de Bangu I.

O Decreto determina, “com base no Código de Processo Penal a prisão preventiva de Maxwell Simões Correa, com validade de 20 anos para um estabelecimento penal federal de segurança máxima, a ser indicado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do Ministério da Justiça”.

As provas que indicam a participação de Maxwell tiveram como base a colaboração premiada de outro acusado, o ex-policial militar Élcio de Queiroz, que serviu de motorista no atentado. Na decisão, é citada a ligação do ex-bombeiro com outro miliciano, Ronnie Lessa, que também está preso e é acusado de disparar contra o carro onde as vítimas estavam.

Os dois PMs reformados, que atuavam no Rio como matadores de aluguel, estão presos preventivamente desde 2019 na Penitenciária de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, e respondem por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima) e pela tentativa de homicídio.

Eles seriam julgados por um júri popular por determinação do STF. Com a delação premiada, porém, Élcio se livrou do Tribunal do Júri e irá cumprir mais oito anos de uma pena de 12 anos em regime fechado em uma penitenciária estadual.

Corrêa teria participado, um dia após o crime, da troca de placas do veículo usado no assassinato, jogado fora as cápsulas e munições usadas no crime, assim como o providenciado o desmanche do carro.

De acordo com a delação de Élcio, o ex-bombeiro seria o responsável por manter financeiramente sua família, assim como arcar com as despesas de sua defesa. O objetivo era evitar o rompimento entre eles. Maxwell teria participação em uma organização criminosa, além de possuir patrimônio incompatível com sua condição financeira.

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