MOVIMENTO

Atos contra reforma da Previdência param o centro de Porto Alegre

Dia Nacional de Paralisação iniciado durante a madrugada no aeroporto Salgado Filho teve abraço simbólico ao prédio do INSS no centro da capital e ato na Praça da Matriz
Da Redação / Publicado em 5 de dezembro de 2017
Em abraço simbólico ao prédio do INSS no centro de Porto Alegre, manifestantes alertaram sobre armadilhas ocultas na proposta de reforma da Previdência

Em abraço simbólico ao prédio do INSS no centro de Porto Alegre, manifestantes alertaram sobre armadilhas ocultas na proposta de reforma da Previdência

Foto: Igor Sperotto

Enquanto Michel Temer afirmava, em Brasília, durante encontro com o presidente boliviano Evo Morales, que não haverá mais liberação de verbas em troca de votos, além dos R$ 3 bilhões anunciados na segunda-feira para prefeitos e condicionados à aprovação da reforma da Previdência pelos parlamentares, milhares de brasileiros estavam nas ruas em todos os estados em defesa da aposentadoria e para protestar contra o projeto – que poderá ir a votação na Câmara na próxima semana. O Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência organizado pela CUT e demais centrais sindicais teve atos, manifestações e bloqueios de rodovias desde a madrugada desta terça-feira, 5, nas capitais e principais cidades do interior.

Ato e caminhada organizado pelas centrais sindicais paralisaram centro da capital até o início da tarde

Ato e caminhada organizado pelas centrais sindicais paralisaram centro da capital até o início da tarde

Foto: Igor Sperotto

Em Porto Alegre, após ato público no aeroporto Salgado Filho e concentração em frente à estação Rodoviária, sindicalistas e trabalhadores de diversas categorias profissionais promoveram um abraço simbólico ao prédio do INSS, no centro da capital.

Desde as primeiras horas da manhã, os dirigentes sindicais ergueram bandeiras, distribuíram panfletos e levantaram a voz para condenar as propostas que acabam com o direito à aposentadoria de milhões de trabalhadores.

De acordo com o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, o dia foi para pressionar os deputados para que votem contra a aprovação dessa “proposta nefasta” e esclarecer que a reforma não combate privilégios, mas acaba com a aposentadoria de milhões brasileiros. “Se marcar votação, o Brasil vai parar. São eles que vão definir o dia da greve”, garante Nespolo.

O dia de luta contra a reforma da Previdência foi definido pelas centrais após a suspensão da greve nacional pela maioria das centrais, em função do adiamento da votação inicialmente prevista para ocorrer nesta quarta-feira, 6, na Câmara. O adiamento da votação, para as centrais sindicais, representa um recuo do governo e uma vitória da pressão das entidades sindicais e dos movimentos sociais contra o fim da aposentadoria e em defesa dos direitos.

“Porém, nossa mobilização não pode parar. É fundamental para pressionarmos os deputados, já que a maioria está de olho na reeleição em 2018. Mas continuaremos marcando na paleta quem votar contra a classe trabalhadora”, salienta Nespolo.

O dirigente destaca ainda que a propaganda do Temer e seus aliados é mentirosa.  “A Previdência não tem déficit, como já comprovou a CPI da Previdência do Senado e os grandes setores privilegiados não estão sendo atingidos pela reforma. O objetivo é levar os trabalhadores para o balcão dos bancos e comprarem planos de previdência complementar. É disso que se trata”, afirma.

Em dezenas de fábricas aconteceram assembleias de esclarecimento e de preparação sobre a greve geral. Assim como em diversas cidades do interior do estado promoveram atos regionais e manifestações, denunciando a reforma da Previdência. Houve um “trancaço” no Pórtico de Rio Grande, onde os trabalhadores se mobilizaram em defesa do Polo Naval.

Além da CUT-RS, dirigentes da CTB, UGT, Nova Central, Intersindical, CSB, CGTB e CSP-Conlutas participaram das mobilizações.

 

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