Atos contra reforma da Previdência param o centro de Porto Alegre

Em abraço simbólico ao prédio do INSS no centro de Porto Alegre, manifestantes alertaram sobre armadilhas ocultas na proposta de reforma da Previdência
Foto: Igor Sperotto
Enquanto Michel Temer afirmava, em Brasília, durante encontro com o presidente boliviano Evo Morales, que não haverá mais liberação de verbas em troca de votos, além dos R$ 3 bilhões anunciados na segunda-feira para prefeitos e condicionados à aprovação da reforma da Previdência pelos parlamentares, milhares de brasileiros estavam nas ruas em todos os estados em defesa da aposentadoria e para protestar contra o projeto – que poderá ir a votação na Câmara na próxima semana. O Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência organizado pela CUT e demais centrais sindicais teve atos, manifestações e bloqueios de rodovias desde a madrugada desta terça-feira, 5, nas capitais e principais cidades do interior.

Ato e caminhada organizado pelas centrais sindicais paralisaram centro da capital até o início da tarde
Foto: Igor Sperotto
Em Porto Alegre, após ato público no aeroporto Salgado Filho e concentração em frente à estação Rodoviária, sindicalistas e trabalhadores de diversas categorias profissionais promoveram um abraço simbólico ao prédio do INSS, no centro da capital.
Desde as primeiras horas da manhã, os dirigentes sindicais ergueram bandeiras, distribuíram panfletos e levantaram a voz para condenar as propostas que acabam com o direito à aposentadoria de milhões de trabalhadores.
De acordo com o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, o dia foi para pressionar os deputados para que votem contra a aprovação dessa “proposta nefasta” e esclarecer que a reforma não combate privilégios, mas acaba com a aposentadoria de milhões brasileiros. “Se marcar votação, o Brasil vai parar. São eles que vão definir o dia da greve”, garante Nespolo.
O dia de luta contra a reforma da Previdência foi definido pelas centrais após a suspensão da greve nacional pela maioria das centrais, em função do adiamento da votação inicialmente prevista para ocorrer nesta quarta-feira, 6, na Câmara. O adiamento da votação, para as centrais sindicais, representa um recuo do governo e uma vitória da pressão das entidades sindicais e dos movimentos sociais contra o fim da aposentadoria e em defesa dos direitos.
“Porém, nossa mobilização não pode parar. É fundamental para pressionarmos os deputados, já que a maioria está de olho na reeleição em 2018. Mas continuaremos marcando na paleta quem votar contra a classe trabalhadora”, salienta Nespolo.
O dirigente destaca ainda que a propaganda do Temer e seus aliados é mentirosa. “A Previdência não tem déficit, como já comprovou a CPI da Previdência do Senado e os grandes setores privilegiados não estão sendo atingidos pela reforma. O objetivo é levar os trabalhadores para o balcão dos bancos e comprarem planos de previdência complementar. É disso que se trata”, afirma.
Em dezenas de fábricas aconteceram assembleias de esclarecimento e de preparação sobre a greve geral. Assim como em diversas cidades do interior do estado promoveram atos regionais e manifestações, denunciando a reforma da Previdência. Houve um “trancaço” no Pórtico de Rio Grande, onde os trabalhadores se mobilizaram em defesa do Polo Naval.
Além da CUT-RS, dirigentes da CTB, UGT, Nova Central, Intersindical, CSB, CGTB e CSP-Conlutas participaram das mobilizações.