EDITORIAL

O país das desigualdades

Editorial
Da Redação / Publicado em 17 de novembro de 2023

Foto: Reprodução

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O combate às desigualdades sociais deve balizar as políticas públicas e a mobilização dos grupos sociais, inclusive da educação, propõe o professor da Universidade de Brasília, sociólogo e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Medeiros. Na entrevista desta edição, ele explica que foi essa convicção que o motivou a escrever Os ricos e os pobres: O Brasil e a desigualdade, livro recém-lançado pela Cia. das Letras – uma obra escrita com linguagem acessível para ser incorporada ao debate público por quem formula as políticas públicas no país. Essa é síntese do receituário do autor para enfrentar as nossas mazelas de país rico e extremamente desigual. “As mudanças se darão por uma razoável mobilização política de vários grupos sociais”, sinaliza.

O crescimento alarmante dos diagnósticos de autismo nos sistemas público e privado de ensino multiplica também os obstáculos enfrentados por professores e professoras envolvidos com a difícil tarefa de viabilizar a inclusão escolar de crianças com deficiências.

É preciso encarar uma por vez as dificuldades, a começar com as barreiras na comunicação nos processos de ensino-aprendizagem, a elaboração de material pedagógico adaptado, a busca por instrumentos de avaliação diferenciados e, sobretudo, a falta de tempo para planejamento das atividades.

Além de abordar as etapas a serem vencidas para a inclusão de crianças autistas, esta edição traz um pouco da luta dos docentes e as ações do Sinpro/RS pela remuneração do trabalho extrapauta demandado na inclusão. Confira nas editorias de Educação e Ensino Privado.

Os ultraprocessados – a comida que não alimenta nem sacia, mas é consumida de forma compulsiva por todos os brasileiros devido ao preço acessível e a agressivas estratégias de marketing da indústria de alimentos – foram associados, pela primeira vez, ao adoecimento e à morte.

Pesquisadores da Fiocruz e das universidades de São Paulo e Santiago, no Chile, revelaram que, em 2019, cerca de 57 mil brasileiros, com idades entre 30 e 69 anos, tiveram a vida ceifada prematuramente em virtude do consumo de comidas e bebidas altamente processadas. Para se ter uma ideia do que isso significa, basta reparar que, no mesmo ano, 45 mil pessoas foram mortas por causas violentas no país.

Havia tempestades de gelo por trás de tanta destruição provocada pela sequência de ciclones que se abateu sobre a região do Rio Grande do Sul neste ano, revela uma pesquisa inédita da Ufrgs, à qual o Extra Classe teve acesso. A partir dessa informação, os gestores públicos poderiam ter evitado tantas mortes e devastação nos municípios.

Confira também: Arte +, Luis Fernando Verissimo, Marcos Rolim, Marco Weissheimer, Fraga, Edgar Vasques, Rafael Corrêa e Santiago.

Boa leitura!

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