POLÍTICA

Greve Geral em defesa da aposentadoria

Diversas categorias já deliberaram pela paralisação no dia 14 de junho contra a reforma da Previdência e cortes na Educação
Da Redação / Publicado em 11 de junho de 2019
Reunião das centrais sindicais no RS garante unidade para a Greve geral do dia 14

Foto: Gilson Camargo

Reunião das centrais sindicais no RS garante unidade para a Greve geral do dia 14

Foto: Gilson Camargo

Diversas categorias já decidiram, nas respectivas assembleias, aderir à Greve Geral, convocada pelas centrais sindicais para o dia 14 de junho, quando prometem parar o país contra a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo Bolsonaro. No dia 24 de maio, os petroleiros aprovaram por unanimidade a participação. Já os motoristas do transporte coletivo municipal e intermunicipal de Guarulhos, Arujá, do ABC Paulista e da Baixada Santista decidiram no dia 27. Até o fechamento desta edição, no Rio Grande do Sul já haviam aderido os metroviários, os professores estaduais e os servidores federais (Ufrgs e institutos).

“O setor de transporte público deve paralisar, a começar pelos metroviários. O Sindimetrô já fez assembleia e decidiu: não vai ter metrô no dia 14 de junho. As outras categorias, como os rodoviários, estão debatendo com as centrais. Nós vamos atingir o objetivo de que não terá transporte. Para tudo”, relata Claudir Nespolo, presidente da CUT/RS. “A Greve Geral é o grande instrumento de luta da classe trabalhadora para a inserção no debate sobre o modelo previdenciário brasileiro. É a maneira que arranjamos para impedir que os ajustes sejam feitos por cima, excluindo os trabalhadores das discussões”, destaca.

A União Nacional dos Estudantes (UNE), impulsionada pelas expressivas manifestações nos dias 15 e 30 de maio, se somará à Greve Geral do dia 14. “A UNE precisa estar vigilante para ser a vanguarda da luta por mais empregos, contra essa reforma da Previdência e, principalmente, na defesa da educação de qualidade. São muitos os retrocessos que prejudicam os estudantes e trabalhadores. Não podemos deixar nada disso passar”, expõe a presidente da entidade, Marianna Dias.

A conta dos bancos

Para o secretário-geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre, o projeto de reforma da Previdência do governo Bolsonaro não é diferente daquele derrotado há dois anos. É pior, pois atinge os mais pobres de forma mais cruel. Não ataca privilégios, como alardeia o governo, mas representa o fim da aposentadoria para milhões de trabalhadores. “Acabar com o sistema de Previdência pública, porque é disso que se trata essa reforma, é destruir a economia brasileira e implantar a selvageria no nosso país. Portanto, é muito grave o que está acontecendo. Nós estamos alertando sobre isso em todos os estados e dizendo da importância da greve geral no dia 14, porque a grande imprensa esconde isso, diz que a reforma da Previdência é pra gerar empregos, e não é. Na verdade, é para pagar aos bancos o apoio que deram à eleição do presidente Bolsonaro. Isso precisa ficar claro para a população, em especial aos cidadãos mais pobres.”

Transporte público

Foto: Cristine Rochol/PMPA

Foto: Cristine Rochol/PMPA

A adesão das categorias de trabalhadores que atuam no transporte público foi fundamental para o sucesso da greve geral de 28 de abril de 2017, que ajudou a derrubar o projeto de reforma da Previdência apresentada pelo então governo Temer. De acordo com levantamento do G1 e da Revista Exame, a greve histórica paralisou 150 cidades e teve a adesão de 40 milhões de pessoas, o que representa 45% da força de trabalho do país.

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