POLÍTICA

Centrais pressionam pela manutenção do auxílio emergencial em R$ 600,00

Ato conjunto também reivindica que o Congresso derrube veto presidencial à prorrogação da desoneração da folha de pagamento
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 3 de novembro de 2020

Foto: UGT/ Divulgação

Foto: UGT/ Divulgação

As Centrais Sindicais realizaram mais um ato unitário no fim da manhã dessa terça-feira,3. Dessa vez as direções nacionais das entidades foram à frente da sede do Banco Central em São Paulo para reivindicar que o Congresso mantenha o valor do Auxílio Emergencial em R$ 600,00 e derrube o veto do presidente Bolsonaro à prorrogação da desoneração da folha de pagamento.

O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre lembra que, em 17 de setembro, as Centrais lançaram em conjunto a campanha 600 Pelo Brasil – Coloca o Auxílio Emergencial pra votar, Maia. O objetivo é pressionar o Congresso a votar a MP 1.000/2020, que reduziu para R$ 300,00 o auxílio criado para mitigar os efeitos da pandemia.

“Mais de 65 milhões de brasileiros dependem exclusivamente desse valor pra sobreviver. Reduzir o Auxílio para R$ 300,00, neste momento, é um crime”, afirma Nobre ao alertar sobre a importância da sociedade manifestar sua insatisfação com a medida de Bolsonaro. Para isso, integra a ação das centrais um abaixo-assinado na web.

Pressão da sociedade

Nobre, à frente da maior central de trabalhadores do país, ainda lembra que se não fosse a pressão da sociedade o valor original do benefício não seria R$ 600,00, agora reduzidos por Bolsonaro, mas R$ 200,00.

Era essa a proposta original do governo que somente aumentou porque parlamentares da oposição conseguiram um acordo no Congresso para elevar o valor para R$ 500,00. Para Nobre, o auxílio emergencial não ter sido originalmente de R$ 200 foi “uma conquista da CUT, do Fórum das Centrais e, em especial, das bancadas de oposição, que garantiu um mínimo de atividade econômica no Brasil e proteção social aos mais vulneráveis”.

Para os representantes dos trabalhadores presentes no ato, se Bolsonaro pode aumentar em R$ 100,00 para dizer que era uma concessão sua, com certeza existem recursos para manter o auxílio emergencial no valor originalmente definido pelo Congresso.

Caixas lotadas

Segundo Nobre, a Medida Provisória (MP) emitida por Bolsonaro para reduzir o auxilio emergencial à metade está parada, sendo obstruída há um mês para evitar a recomposição do valor inicial. Apesar disso, registra o presidente da CUT Nacional, os parlamentares estão sentindo a pressão para votar e manter o auxílio emergencial em R$ 600,00. “As caixas e os grupos de mensagem dos parlamentares em Brasília estão lotadas e vamos lotar mais ainda. Essa pressão tem que ser ampliada e fortalecida. É o que estamos fazendo”, diz.

Desoneração

As centrais sindicais apoiam a continuidade da desoneração das folhas de pagamento para 17 importantes setores da economia nesse momento de crise causado pela pandemia, mas não de forma indefinida e desde que haja a contrapartida de não ocorrer demissões durante a sua vigência.

Para Ricardo Patah, presidente da UGT, desonerar a folha nesse momento é importante para o setor empresarial e para os trabalhadores. “Se o veto continuar poderemos perder 1,5 milhão de postos de trabalho”, projeta.

Comentários