SAÚDE

Nova onda de covid-19 tem 4,3 mil novos infectados e oito mortes em 24 horas

Dados das secretarias estaduais e municipais de Saúde estão defasados devido ao final de semana e devem ser atualizados nesta terça-feira, 22. RS é o quinto estado com mais mortes
Por Gilson Camargo / Publicado em 21 de novembro de 2022

Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

Dados incompletos e defasados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram avanço da nova onda de covid-19 com o surgimento de subvariantes, com 4,3 novos casos e oito óbitos em apenas 24 horas

Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

As secretarias estaduais e municipais de Saúde registraram 4.325 novos casos de covid-19 em 24 horas em todo o país.

Foram confirmadas também oito mortes por complicações associadas à doença no mesmo período. Os dados estão na atualização do Ministério da Saúde divulgada na noite de domingo, 20.

Doze estados, entre eles, São Paulo, Rio de Janeiro e o Distrito Federal, não tiveram as informações atualizadas pelos respectivos governos, segundo o ministério.

Com as novas informações, o total de pessoas infectadas pelo novo coronavírus durante a pandemia já soma 35.011.534.

O número de casos de covid-19 em acompanhamento está em 170.321. O termo é usado para designar casos notificados nos últimos 14 dias que não tiveram alta e nem resultaram em óbito.

Com essa atualização, o total de mortes chegou a 688.928 desde o início da pandemia. Ainda há 3.181 mortes em investigação. As ocorrências envolvem casos em que a causa da morte deve ser comprovada por exames e procedimentos complementares.

Até agora, 34.152.285 pessoas se recuperaram da covid-19. O número corresponde a 97,5% dos infectados desde o início da pandemia.

Aos sábados, domingos e segundas-feiras, o número registrado diário tende a ser menor pela dificuldade de alimentação dos bancos de dados pelas secretarias municipais e estaduais de Saúde. Às terças-feiras, o quantitativo, em geral, é maior pela atualização dos casos acumulados nos fins de semana.

RS é o quinto estado com mais mortes

Desde o início do mês de novembro, o país vem registrando um aumento de contágios por covid-19 causados pelas subvariantes da ômicron, a BQ.1 e a XBB, mutações do vírus Sars-coV-2 que ao longo do ano vinham provocando o ressurgimento de casos na Alemanha e em outros locais da Europa e também na China e nos Estados Unidos.

Nos primeiros dias de novembro houve contágios pela subvariante BQ.1 no município do Rio de Janeiro e em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. No dia 11, o Brasil registrou 21,9 mil novos diagnósticos da infecção, o maior indicador desde agosto.

Segundo o balanço do Ministério da Saúde, no topo do ranking de estados com mais mortes por covid-19 registradas no país até o momento estão São Paulo (175.941), Rio de Janeiro (75.944), Minas Gerais (63.908), Paraná (45.465) e Rio Grande do Sul (41.234).

Novas subvariantes colocam estado em alerta nova onda

A equipe de vigilância genômica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) da Secretaria da Saúde detectou oito novos casos da subvariante BQ.1 no dia 16, data da última atualização de dados sobre novas variantes no estado.

Os casos foram identificados em amostras coletadas nas duas últimas semanas de outubro e nas duas primeiras de novembro em Porto Alegre (cinco) e Santa Maria (três), elevando para nove o total no RS.

Em Porto Alegre, todos os novos casos foram detectados pela equipe do Hospital Moinhos de Vento. Dois pacientes são do município e os demais de Canoas, Cachoeirinha e Alvorada. Os outros três casos foram detectados pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Sublinhagem da variante ômicron, a BQ.1 tem mostrado elevada capacidade de transmissão comparada às outras sublinhagens do coronavírus circulando atualmente no Brasil e tem sido relacionada a novas ondas de casos de covid-19 em diversos países da Europa, China e América do Norte. Não há, no entanto, evidências de que possa causar uma doença mais severa.

5,2 milhões de gaúchos sem reforço da vacina

A principal preocupação é com o número de gaúchos com a vacinação contra a covid-19 em atraso.

Mais de 3 milhões de pessoas ainda não tomaram a primeira dose de reforço contra a covid-19, equivalente à terceira dose, segundo o painel de Acompanhamento Vacinal da Secretaria da Saúde. Outros 2,2 milhões não foram vacinados com a segunda dose de reforço (quarta dose).

“Assim como vem sendo observado em outras regiões, espera-se que tenhamos um aumento de novos casos de covid-19 no Rio Grande do Sul em virtude da chegada e disseminação desta nova variante”, disse Richard Steiner Salvato, coordenador da Vigilância Genômica no Cevs.

De acordo com ele, a situação que vivenciamos hoje com diminuição das hospitalizações e óbitos, só é possível pela vacinação da maior parte da população. “Mas para que a vacinação continue a ser eficaz, é necessário que o esquema vacinal esteja completo, com a terceira e a quarta dose da vacina”, afirmou.

No dia 11, o Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento a Pandemia Covid-19 emitiu Nota Técnica com alerta e recomendações à população, com o reforço do uso de máscaras, da vacinação e a ampliação da testagem.

No entanto, nenhuma medida foi decretada até agora pelos governos estadual e municipais sobre uso de máscaras ou distanciamento em locais com potencial de aglomerações e contágio ou no transporte público.

A Nota Técnica também ressalta que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as vacinas atuais contra covid-19 devem seguir protegendo contra a doença e suas formas mais graves provocadas pela infecção por novas variantes.

“Diante da detecção no estado da nova variante BQ.1 e da possibilidade da sua disseminação, gerando o aumento de novos casos da covid-19”, a SES/RS recomenda “atualização do status vacinal da população não vacinada ou com esquema vacinal incompleto para sua faixa etária” e “utilização de máscara”.  nova onda, nova onda

Com Agência Brasil e assessorias.

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