MOVIMENTO

Guarda Municipal reprime servidores em greve

Agentes da Romu usaram cassetetes e bastões de gás para dispersar manifestação. Seis funcionários da prefeitura ficaram feridos
Da Redação / Publicado em 20 de outubro de 2017
Simpa e Fórum de Diretores de Escolas condenaram violência empregada contra servidores

Foto: Priscila Lobregatte/ Simpa/ Divulgação

Simpa e Fórum de Diretores de Escolas condenaram violência empregada contra servidores

Foto: Priscila Lobregatte/ Simpa/ Divulgação

Integrantes da Ronda Ostensiva Municipal (Romu), a guarda municipal de Porto Alegre reprimiu com violência servidores municipais durante uma manifestação na manhã desta sexta-feira, em frente à Secretaria Municipal de Administração (SMA), no centro da capital. Em greve desde o dia 5 de outubro, os servidores municipais pedem a retirada de projetos enviados pelo Executivo à Câmara de Vereadores, propondo a retirada direitos dos trabalhadores. Assim como os servidores estaduais, os funcionários da prefeitura vêm recebendo seus salários de forma parcelada. Durante a manifestação, um piquete que bloqueava a entrada da Secretaria foi cercado e os servidores atingidos com golpes de cassetete e o emprego de bastões de gás por agentes da Romu. Video enviado por um servidor mostra o momento da ação da Guarda.

Agentes da Romu cercaram manifestantes durante protesto junto à Secretaria de Administração

Foto: Priscila Lobregatte/ Simpa/ Divulgação

Agentes da Romu cercaram manifestantes durante protesto junto à Secretaria de Administração

Foto: Priscila Lobregatte/ Simpa/ Divulgação

Seis pessoas ficaram feridas e foram atendidas no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) “Os guardas municipais chegaram com escudos e cassetetes e começaram a bater nos colegas que estavam fazendo o ato, sem qualquer provocação por parte dos trabalhadores”, relatou Adelto Rohr, da direção do um dos diretores do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa). O chefe operacional da Romu, Glauber Zílio, disse que houve uma tentativa de negociação para a liberar o acesso dos servidores que não aderiram à greve, mas que não houve acordo, o que, segundo ele, justifica o uso “progressivo da força”. Segundo Alberto Terres, também dirigente do Sindicato, a violência empregada pela Guarda Municipal foi desproporcional. “Acompanhamos as manifestações desde o início, buscamos dialogar com os agentes da ROMU, que faz parte da Guarda Municipal, mas ainda assim não foi possível evitar a violência desferida contra os municipários e municipárias. Seis colegas foram feridos, dos quais dois com traumatismo craniano”, denuncia.

Em greve desde o dia 5, municipários denunciam projeto que retira direitos e parcelamento de salários

Foto: Priscila Lobregatte/ Simpa Divulgação

Em greve desde o dia 5, municipários denunciam projeto que retira direitos e parcelamento de salários

Foto: Priscila Lobregatte/ Simpa Divulgação

Em nota, o Sindicato repudiou “a truculência” dos agentes contra os municipários. “O Simpa vem a público explicitar seu repúdio à truculência utilizada pelos agentes da Romu para dispersar trabalhadores e trabalhadoras que estavam exercendo pacificamente seu direito à manifestação, garantido pela nossa Constituição. Neste sentido, reafirmamos nosso apoio e solidariedade aos colegas covardemente feridos hoje”, enfatiza a nota do Simpa. O projeto do Executivo “prejudica toda a categoria municipária ao desmantelar o plano de carreira, reduzir em até 50% os salários e abrir caminho para a privatização de importantes órgãos públicos, como Dmae. Estas medidas também atingem a população, uma vez que contribuem diretamente com a precarização dos serviços públicos. A luta dos municipários, portanto, é uma luta em favor da nossa população e em defesa dos serviços públicos de qualidade”.

O Fórum de Diretores das Escolas Municipais de Porto Alegre divulgou nota de repúdio na qual afirma que a Guarda Municipal “agiu de forma covarde, usando de extrema e desnecessária violência contra seus próprios colegas, essa mesma guarda que foi retirada de nossas escolas, deixando professores, alunos e funcionários desprotegidos”.

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