MOVIMENTO

Campanha pede fim das violências contra meninas e mulheres com deficiência

'Vida das Mulheres e Meninas – Ou a Educação muda ou a violência continua' propõe o rompimento com a naturalização desse tipo de violência
Da Redação / Publicado em 15 de março de 2023

Foto: Marta Resing/ Divulgação

“Precisamos dar um basta nas muitas formas de violências contra meninas e mulheres com deficiência”, alerta Sofia

Foto: Marta Resing/ Divulgação

A deputada estadual Sofia Cavedon (PT), presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do RS, propõe o rompimento da sociedade com a cultura de violência que atinge meninas e mulheres com deficiência.

Na segunda-feira, 13, Sofia lançou a campanha Vida das Mulheres e Meninas – Ou a Educação muda Ou a violência continua. A iniciativa foi marcada pela inauguração de uma exposição que permanece até sexta-feira, 17, no Espaço Deputado Carlos Santos da ALRS, e lançamento da cartilha Guia de Apoio à efetivação da Lei 15.484/2020, de iniciativa da parlamentar.

“As violências contra meninas e mulheres com deficiência se manifestam de diversas formas. Elas são invisibilizadas ou vistas como pessoas incapazes de desenvolver sua autonomia. Com isso, ficam expostas às discriminações e violências, muitas vezes sem conseguir identificar essas agressões ou buscar ajuda. Encontrar instrumentos que sejam capazes de identificar e problematizar essa realidade podem levar à reflexões e práticas que auxiliem no rompimento da cultura de violência”, explica Sofia.

A lei propõe que a educação mude seu currículo de modo a valorizar as meninas e as mulheres, seu protagonismo, sua liberdade e autonomia, explica Sofia. “As violências contra as mulheres e meninas são a consequência mais aguda da desigualdade culturalmente imposta e reproduzida. A luta das mulheres exige liberdade, igualdade, questiona a naturalização da invisibilidade delas na história e abre um tempo de mudança”, enfatiza.

Vulneráveis violências

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública publicado no final do ano passado a partir de dados de 2021, 88,2% das vítimas de estupro e estupro de vulnerável eram do sexo feminino; 75,5% delas eram consideradas vulneráveis, ou seja, incapazes de consentir.

O pico da vitimização ocorre entre os 10 e 13 anos, faixa etária que representa 31,7% do total de vítimas. Cerca de 19,1% das vítimas tinham entre 5 e 9 anos e 10,5% tinham 4 anos ou menos. 10 Violência contra meninas e mulheres no 1º semestre de 2022.

Há uma predominância de pessoas negras vítimas de estupro e estupro de vulnerável: em 2021, elas representaram 52,2% do total de vítimas, sendo que 46,9% eram brancas, 0,5% amarelas e 0,4% indígenas. Em cerca de 79,6% dos casos, o autor era conhecido da vítima.

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