ECONOMIA

Trabalhadores da Região Metropolitana de Porto Alegre têm acesso a crédito solidário

Cooperativa rural criada nos anos 1990 tem mais de 500 famílias cooperadas e representa alternativa financeira para agricultores, classe trabalhadora e famílias vulneráveis
Da Redação / Publicado em 28 de maio de 2020
Financiamento de R$ 350 mil com juros de 8,5% ao ano viabiliza unidade de beneficiamento de arroz orgânico da Reforma Agrária de Viamão, segundo Zang

Foto: TVT/ Reprodução

Financiamento de R$ 350 mil com juros de 8,5% ao ano viabiliza unidade de beneficiamento de arroz orgânico da Reforma Agrária de Viamão, segundo Zang

Foto: TVT/ Reprodução

A cooperativa de crédito solidário Cresol Metropolitana, organizada por produtores da agricultura familiar nos anos 1990 e com atuação em 17 estados e mais de 500 mil famílias cooperadas, passou a ser uma alternativa de crédito solidário para trabalhadores e sindicatos da Região Metropolitana de Porto Alegre.

O ato virtual de lançamento da cooperativa foi realizado na sede estadual da CUT-RS, em Porto Alegre, na quarta-feira, 27. A oferta de crédito solidário para a classe trabalhadora como alternativa à exploração do sistema financeiro representado pelos bancos comerciais foi deliberada pelo 15º Congresso Estadual da CUT-RS, em novembro de 2019, por iniciativa dos delegados Jairo Bolter, da Adufrgs-Sindical, e Rui Valença, da Fetraf-RS. A agência está localizada na Travessa Leonardo Truda, no centro da capital.

No lançamento, foram abertas as primeiras contas no banco cooperativo, entre as quais a da Coopernorte, cooperativa de geração e desenvolvimento de energia de Viamão. O presidente da cooperativa, Jairton Vieira, explicou que a adesão vai permitir aos pequenos agricultores associados da entidade o acesso ao crédito que muitas vezes é negado pelos bancos.

A Cooperativa dos Produtores Orgânicos da Reforma Agrária de Viamão (Coperav) obteve crédito de R$ 350 mil na Cresol para a finalização de uma unidade de beneficiamento de arroz orgânico. De acordo com o diretor comercial, Huli Zang, “a operação com juros adequados de 8,5% ao ano, no prazo de seis anos, vai viabilizar a produção, a industrialização e todo o processo da cooperativa”.

Durante o ato foram assinadas as primeiras aberturas de contas, como fez o secretário de Administração e Finanças da CUT-RS, Antonio Güntzel

Foto: Marcus Perez/ CUT/RS

Durante o ato foram assinadas as primeiras aberturas de contas, como fez o secretário de Administração e Finanças da CUT-RS, Antonio Güntzel

Foto: Marcus Perez/ CUT/RS

Participaram do ato transmitido pela internet o conselheiro da Cresol Tenente Portela, Gelson José Ferrari, o presidente da União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Rio Grande do Sul (Unicafes-RS), Gervásio Plucinski, o presidente e secretária-geral da CUT-RS, Amarildo Cenci e Vitalina Gonçalves, e o vereador Adeli Sell (PT).

De acordo com o presidente da CUT-RS, o esforço para trazer a Cresol para a Região Metropolitana de Porto Alegre reafirma o compromisso com a classe trabalhadora e os mais vulneráveis.

“Nós, que temos o sonho de mudar o mundo não podemos ficar na mão desse sistema financeiro que nos explora e concentra a renda. Então decidimos potencializar as experiências cooperativas e solidárias de crédito”, destacou Cenci.

Segundo o dirigente, diversos sindicatos, sindicalistas, associações comunitárias, pequenas e médias empresas comprometidas com as pessoas e o emprego foram convidadas para abrir contas na instituição. “Dinheiro com transparência e socialmente controlado”, resume.

Ferrari explica que o banco cooperativado é balizado pela transparência, em que o associado vai para a assembleia discutir a destinação dos recursos do trabalho e todo o processo de organização e futuro da cooperativa. “Cada operação na Cresol tem o foco de trabalhar esse dinheiro que viabiliza sonhos, é mais que passar dinheiro, mas a necessidade de uma família de produtores que quer ampliar sua produção, sua casa ou adquirir um veículo para seu trabalho. Com isso temos uma operação ganha-ganha, com equipes que primam por pessoas atendendo pessoas. Nossa cooperativa inverte o processo atual que fecha agências e tira trabalhadores”, destaca o conselheiro.

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