MOVIMENTO

Ato contra o golpe no domingo, 13 de março

CUT e movimentos sociais se manifestarão em defesa da democracia e da Constituição no Parque da Redenção, em Porto Alegre
Da redação / Publicado em 9 de março de 2016

 

Caminhada do Dia Internacional da Mulher defendeu a democracia e protestou contra o golpe do impeachment

Foto: Igor Sperotto

Caminhada do Dia Internacional da Mulher defendeu a democracia e protestou contra o golpe do impeachment da presidente Dilma Rousseff

Foto: Igor Sperotto

No próximo domingo, 13 de março, a Frente Brasil Popular realizará uma grande manifestação em defesa da democracia, da Constituição e contra o golpe, às 14 horas, no Parque da Redenção, em Porto Alegre. A Frente é integrada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), sindicatos filiados, movimentos populares, sindicais, partidos políticos e pastorais, indígenas e quilombolas, negros e negras, LGBT, mulheres, juventude, artistas, entre outros. Também estão marcadas grandes manifestações para os dias 18 e 31 de março.

Em plenária realizada pela na última terça-feira, 8 de março, no auditório do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, a CUT/RS reforçou a importância da mobilização de todas as entidades sindicais na convocação dos trabalhadores para o ato. Vários sindicatos e federações de diversos ramos e regionais já confirmaram o deslocamento de um grande número de ônibus e caravanas provenientes do interior do Estado e cidades vizinhas para participar do evento na capital gaúcha. Só a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetag), garantiu em torno de 40 ônibus com famílias de pequenos agricultores de diversas regiões.

“A forma como Lula foi conduzido coercitivamente pela PF sinaliza que acabou a brincadeira. A direita golpista, por trás do discurso contra a corrupção e pelo impeachment da Dilma, mira, de fato, em abrir caminho para liquidação do artigo 7 da Constituição e para a revisão do pacto da Constituição de 1988, que norteia os direitos dos trabalhadores. Não tem ingenuidade, os golpistas quando não estão juntos são os mesmos que atacam sistematicamente os direitos dos trabalhistas”, explica Claudir Nespolo, presidente da CUT/RS.

CAUTELA – O dirigente alertou que está marcado para o mesmo dia ato pró-impeachment em bairro próximo ao Parque Farroupilha e que é preciso tomar cuidado para evitar conflitos. “Não vamos disputar o maior tamanho dos protestos, muito menos queremos provocações e, por isso, vamos fazer a manifestação contra o golpe em local diferente, no Parque da Redenção, onde milhares de porto-alegrenses costumam passear aos domingos para tomar um chimarrão e relaxar”, justificou.

DEMOCRACIA – Para Nespolo, o movimento visa reforçar a defesa da democracia e dos direitos sociais e trabalhistas, que estão ameaçados pelos setores da sociedade que estão articulados em uma tentativa de golpe. Esses setores contam com apoio das grandes empresas de comunicação, principalmente da Rede Globo e suas afiliadas, entre elas o Grupo RBS.

Ao longo da plenária, vários dirigentes da CUT, sindicatos, federações e confederações se pronunciaram, ressaltando a necessidade de resistir e acreditar na luta contra o golpe para defender o atual projeto de inclusão social no Brasil e na América Latina. O presidente da CUT-RS frisou que, além de impedir o golpe, é preciso que Dilma mude com urgência os rumos do governo. “Não queremos ajuste fiscal e reforma da previdência, mas a retomada do crescimento com aquecimento da economia e geração de empregos e renda”, defende.

DISPUTA – “Acomodamos a luta de classes durante os governos petistas e a direita aprofundou essa luta ao propor sua pauta. Mas como enfrentar essa obviedade? Estamos disputando narrativas. Nossa narrativa está correta, mas não temos como enfrentar a Globo e os meios de comunicação que reforçam a o discurso de direita comandados pelo capital. O que podemos fazer é mobilizar os trabalhadores; e para isso temos de ser inteligentes ao traduzir essa narrativa para o povão, que neste momento é bombardeado com falas conservadoras”, argumenta Mauro Salles,  da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/Cut).

MULHERES – Na terça-feira, 8 de março, logo após a plenária, foi realizada uma caminhada no centro de Porto Alegre, comemorando o Dia Internacional da Mulher. O ponto de partida foi a Praça da Alfândega, seguindo pela Rua dos Andradas, com uma manifestação na Esquina Democrática, onde centenas de mulheres pela defesa da democracia e contra o golpe do impeachment da presidenta Dilma, além das reivindicações dos movimentos feministas. Depois do ato, fizeram uma marcha até o Largo Zumbi dos Palmares. A caminhada reuniu representantes de sindicatos e federações, coletivos de mulheres, PT, PCdoB e outras entidades.

ADVOGADOS – Na segunda-feira, 7 de março, dezenas de advogados e advogadas se reuniram na Assembleia Legislativa gaúcha, para lançar no Rio Grande do Sul o movimento que está sendo articulado em vários Estados e que realizará um encontro nacional nos dias 10 e 11 de março, no Hotel Nacional, em Brasília. Trata-se do Movimento de Advogados e Advogadas em Defesa da Constituição, do Estado Democrático de Direito e da Justiça Social, que pedirá ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que se posicione claramente em defesa da democracia e da Constituição Federal de 1988, contra as violações de preceitos constitucionais, direitos individuais e prerrogativas dos advogados que, na avaliação do movimento, vem crescendo em todo o país.

 

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