GERAL

Metas globais no mercado de trabalho estão ameaçadas

OIT alerta para tendências globais de crescimento do desemprego e do trabalho informal, massa de jovens sem trabalho e sem escola, queda na produtividade e baixa equidade de gênero
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 15 de março de 2023

Foto: ONU/ Divulgação

Segundo a OIT, 23,5% dos jovens estão fora do mercado de trabalho e da escola, um dos indicadores que coloca em xeque as metas globais contra as desigualdades

Foto: ONU/ Divulgação

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) identificou no mercado de trabalho global uma tendência de crescimento do desemprego e do trabalho informal, desaceleração do crescimento produtivo e lento progresso na equidade de gênero no mundo do trabalho.

São questões que colocaram a agência em alerta e estão na pauta da 347ª sessão do Conselho de Administração da OIT que iniciou na última segunda-feira, 13, e se estende até o dia 23, na sede da Organização, em Genebra.

Na sessão de abertura, o diretor-geral Gilbert Houngbo enfatizou a urgência de uma resposta ampla e coordenada para promover a justiça social e combater as desigualdades econômicas e sociais.

Essas respostas, na opinião de Houngbo, podem se concretizar em uma Coalizão Global de Justiça Social.

No âmbito da empregabilidade, a OIT verificou que os índices da taxa global de desemprego estão maiores do que antes da pandemia de covid-19. Uma variação de 5,5% para 5,8%.

Mais preocupantes, no entanto, são as projeções para 2023 e 2024. Elas apontam o crescimento do desemprego nas Américas, Ásia Central, Estados Árabes e Europa.

Jovens são os mais penalizados

Foto: OIT/ Divulgação

Houngbo enfatizou irgência de uma resposta para promover a justiça social e combater as desigualdades

Foto: OIT/ Divulgação

Os dados apontam que a juventude foi o segmento mais impactado pela perda de empregos em nível global.

São cerca de 23,5% desta faixa da população que não está estudando nem trabalhando.

No mercado informal, para a OIT, os números estão ao redor de 2 bilhões de trabalhadores atuando em condições precárias, sem proteção social.

Outra tendência preocupante para o organismo da ONU é a desaceleração do crescimento produtivo, fator que pode resultar em enfraquecimento do poder de compra e do bem-estar social.

Os números referentes à equidade de gênero mostram que há um progresso que é considerado lento.

Segundo os cálculos da OIT – levando em consideração que que em 2021 as mulheres detinham somente 28,2% das posições de direção – o ritmo mostra que serão necessários 140 anos para alcançar a paridade de gênero no mercado de trabalho, conforme o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável número 5 (ODS 5).

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